Porto de Mós vai ter uma Unidade Móvel de Saúde. O protocolo entre o Município e a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) foi aprovado na última reunião camarária, com a abstenção do vereador do Partido Socialista, Rui Marto.
O projeto, que constava do programa eleitoral do PSD, consiste numa carrinha devidamente adaptada e equipada, que vai levar uma equipa multidisciplinar da área da saúde, à «população que vive mais isolada, que precisa de um cuidado mais próximo e não tem meios para se deslocar», explicou a vereadora da Saúde e da Ação Social, Telma Cruz, aquando da apresentação do protocolo.
A carrinha será adquirida pelo Município com uma comparticipação de fundos comunitários que pode ir até 85%. A utilização da mesma fica, no entanto, a cargo da ARSC, que tem também, segundo o documento, a obrigação de «disponibilizar o pessoal técnico […], nomeadamente condutor da viatura, médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde»; assim como «fornecer o material de consumo clínico e médico necessário». Das competências da Câmara faz parte a responsabilidade pelo pagamento de «combustíveis/baterias; pneus e outras peças cujo desgaste resulte do uso da viatura, incluindo manutenção de mecânica e avarias decorrentes da sua utilização» e a «contratação e o pagamento dos encargos com os seguros de responsabilidade civil automóvel e seguro de ocupantes, e inspeção periódica», informa o mesmo documento.
A relutância da oposição
O vereador Rui Marto mostrou-se relutante quanto à Unidade Móvel de Saúde, argumentando que «neste momento há gravíssimos problemas com o pessoal auxiliar e médico [no concelho]» e que ter dificuldade em colocar médicos nos centros de saúde e criar projetos como este não é mais do que «empurrar com a barriga». O socialista reconheceu que «o projeto pode ser uma mais-valia» e disse não ter dúvidas que a autarquia cumprirá a sua parte, no entanto põe em causa que a ARSC seja capaz de disponibilizar médicos – «mas quais médicos?» –, acrescentando mesmo que «o pessoal da ARSC anda a brincar aos protocolos» e que «o tempo que se está a trabalhar este protocolo, se se estivesse a arranjar médicos, já se estava a resolver um problema mais premente». «Acho o projeto interessante, mais que isso não!», rematou.
Em resposta, Jorge Vala disse acreditar que a ARSC «irá efetivamente assumir o seu compromisso» e que se não o fizer «estamos cá para reclamar e para sermos persistentes na tentativa de que o projeto ande».
Co-Autor: Isidro Bento