O Salão da Casa do Povo de Alqueidão da Serra acolheu no passado dia 10 de junho um concerto com o Coral Calçada Romana, o coro da casa, e o Coral Polifónica de Entenza, grupo espanhol de Salceda de Caselas, Galiza. O presidente da direção da Associação Coral Calçada Romana, Jorge Pereira, adiantou ao nosso jornal que o convite ao coral da Galiza já tinha sido feito em 2019, mas teve de ser adiado devido à pandemia.
Na abertura do evento, Jorge Pereira revelou que aquele encontro foi «o primeiro, depois dos dois anos de pandemia». O presidente agradeceu ainda a presença do coral espanhol no evento, realçando a importância destes intercâmbios. O concerto começou com a atuação do Calçada Romana, dirigido pelo maestro Noé Gonçalves, com 18 vozes, mas antes do grupo iniciar a atuação, Jorge Pereira lembrou a morte de um dos membros do coro da casa ainda este ano, o baixo José Carlos e aproveitou o momento para lamentar a morte do pai do maestro do coro espanhol, que mesmo assim não deixou de estar presente no encontro. Seguiram-se uns segundos de silêncio em memória destas pessoas e deu-se início ao espetáculo de música.
O Coral Calçada Romana, constituído por vozes femininas e masculinas, cantou cinco canções e terminou com um tema sobre a liberdade Everybody sing freedom. O grupo Polifónica de Entenza composto por 40 vozes mistas e dirigido por Victor Fernández Nogueiras, esteve presente no evento com 32 pessoas, incluindo o maestro. No concerto, o coro espanhol interpretou sete temas, todos eles cantados na sua língua.
No final das atuações, Jorge Pereira agradeceu ao coro e a todos os presentes no concerto e aproveitou ainda o momento para deixar um convite a toda à população para se juntar ao Coral Calçada Romana, que «precisa de mais gente para cantar». O presidente da direção deste grupo coral adiantou também que o coro do Alqueidão da Serra pretende ir à Galiza no mês de outubro atuar, desta vez em casa do Coral Polifónica de Entenza. O momento foi finalizado com a entrega de lembranças de ambos os coros, de peças originais e tradicionais da sua terra.
Lembranças distribuídas e agradecimentos feitos, O Portomosense teve a oportunidade de conversar com Jorge Pereira que destacou a importância «destes eventos e intercâmbios», por permitirem «às pessoas acederem à cultura», através da dinamização de atividades que promovam o enriquecimento desta vertente. O presidente da associação acredita que o coral só tem a ganhar com estes intercâmbios, uma vez que tem a oportunidade de conhecer novas realidades, para além de atuar com coros internacionais, que por sua vez já atuaram ou irão atuar em Portugal, acabando por ser «uma moeda de troca».
Uma dificuldade apontada por Jorge Pereira é a falta de jovens e de pessoas no geral para dar voz à música coral, que é muitas vezes entendida como «antiquada e secante», admite. No entanto, o presidente frisa que ingressar num coro, vai para além do canto. O convívio, as iniciativas promovidas e o contacto com outros países e culturas, através das saídas ao estrangeiro, são também relevantes e fazem parte da experiência que se adquire dentro desta associação.
Fotos | Rita Santos Batista
Revisão | Catarina Correia Martins