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Corporações do concelho procuram estagiários para formação inicial

6 Junho 2023
Luís Vieira Cruz

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Luís Vieira Cruz

6 Jun, 2023

Por telefone, por e-mail ou indo diretamente aos quartéis. É destas três formas que aqueles que estiverem interessados em aderir à causa dos “soldados da paz” se podem inscrever como estagiários nas corporações do nosso concelho. Juncal e Mira de Aire – que já têm uma escola a decorrer, à semelhança de Porto de Mós -, lançaram recentemente campanhas nas redes sociais para atrair novos elementos dispostos a integrar o Curso de Instrução Inicial de Bombeiro. Esta formação de componente teórico-prática habilitará os agora estagiários – que futuramente serão promovidos a Bombeiros de 3.ª Classe – a participar nas mais diversas operações de socorro.

Os requisitos são simples de explicar: os candidatos devem ter robustez física e psicológica, escolaridade mínima obrigatória, espírito de equipa e entreajuda, valores altruístas e uma idade compreendida entre os 17 e os 45 anos.

Cientes da dificuldade crescente de encontrar quem queira vestir a farda, os comandantes das três associações humanitárias de bombeiros apontaram algumas das causas que sentem que estão a dificultar a missão: «Hoje em dia é cada vez mais difícil recrutar jovens porque o mundo lá fora parece ter muito mais para oferecer do que os bombeiros em si. As autoridades locais e nacionais não ajudam muito nesse aspeto e os números estão à vista… No meu tempo, a gente entrava já a gostar, mas neste momento temos que ser nós a ensinar os jovens a gostarem de ser bombeiros», refletiu o comandante interino dos Bombeiros Voluntários do Juncal, Luís Santos, não sem antes afirmar que o seu objetivo imediato passa por tentar recrutar nas proximidades da vila e junto dos estabelecimentos de ensino da freguesia.

Nas escolas tem também tentado Mira de Aire a sua sorte, sobretudo em turmas ligadas às áreas da Saúde e do Desporto. «Temos neste momento um curso a decorrer com nove estagiários. Prevejo que termine entre julho e agosto, mas já estamos à procura de novos bombeiros para darmos sequência a esta formação inicial. Temos alguns interessados e acredito que a nova escola deverá arrancar para o final deste ano», explicou o comandante desta corporação, Hélder Gonçalves que, além de corroborar os motivos dados por Luís Santos, acrescenta ainda que «a atual conjuntura académico-profissional acaba por afastar os mais jovens da missão».

Alinhado com os seus homólogos, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós, Elísio Pereira, vinca que «esta é uma atividade muito exigente». «Apesar de voluntários, os bombeiros têm que cumprir com um número anual de horas de formação e de serviço e, num mundo em que há cada vez mais exigência profissional, os jovens preferem dedicar-se a outro tipo de ocupações. Para contrariar este fator, sugeriu-se em 2019 à autarquia uma lista de incentivos que nunca foi para a frente devido à pandemia», justificou.

Os números de voluntários no país têm registado uma tendência decrescente ao longo dos últimos anos. De acordo com a Pordata, havia em Portugal, no ano de 1993, 38 126 “soldados da paz”. Em 2021, ano da última estatística publicada, apenas 26 123 operacionais envergavam a farda.

Foto | Luís Vieira Cruz

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