O próximo dia 23 de fevereiro marca o regresso do Teatremos, festival de teatro de Porto de Mós que, durante seis noites, sempre pelas 21h30, levará ao palco do Cineteatro seis peças de outros tantos grupos do concelho. Promovido pela Câmara Municipal, este projeto cultural é, nas palavras do vice-presidente e vereador da Cultura, Eduardo Amaral, «uma forma de dinamizar o associativismo» e, também, «de diversificar a oferta cultural à comunidade».
A responsabilidade da abertura das hostes cabe, nesta 18.ª edição, ao Juncateatro – Teatro Regional do Juncal, com a representação cénica de O tio Simplício. A sinopse descreve esta peça como uma parte da história de Manuel Simplício, «um setentão que voltou rico do Brasil e que prometeu ao seu único sobrinho, Luís, que lhe deixaria a herança». Contudo, uma paixão inesperada vai trocar as voltas aos dois familiares. 24 horas depois da peça inaugural, chega a vez do Mendigal – Grupo de Teatro de Mendiga e Arrimal trazer a encenação de Assembleia Constituinte, que transportará a plateia para um mundo onde a Democracia se rompe, obrigando «as gentes da serra a organizarem-se para criar uma coletividade destinada a servir os interesses do povo. Mas como? Será que sabem, depois de tanto tempo sem a Liberdade de associação?». Depois de Juncateatro e Mendigal, exibirão A Palmatória os Trupego – Grupo de Teatro de Porto de Mós. Aqui, os seus atores transportam a narrativa de Romeu Correia, que regressa «ao tempo do Marquês de Pombal» para retratar «o início da abolição da escravatura, a posição subalterna da mulher», a realidade enfrentada pelos estudantes e a “sede” dos «mais eruditos, que ambicionavam um lugar no aparelho do reino».
Após três dias de intenso programa cultural no Cineteatro de Porto de Mós, haverá algum “descanso” até à sexta-feira seguinte, onde tudo se repete, mas com novas peças e novos intérpretes. É precisamente neste dia que a Academia de Teatro do Instituto Educativo do Juncal apresenta A Nabolândia, uma adaptação de O príncipe Nabo, de Ilse Losa. Esta história desenrola-se no Reino da Abundância, «onde a Princesa Beatriz recusa todos os pretendentes que lhe são apresentados, levando o seu pai a tomar uma medida drástica: fazê-la casar com o primeiro homem “que por ali passe”». E se sexta-feira, 1 de março, é noite de A Nabolândia, no sábado seguinte parece que volta a ser sexta-feira. É precisamente com Sexta-feira 13 que O Círculo – Grupo de Teatro do Círculo Cultural Mirense traz à vila sede uma comédia que já rodou um pouco por todo o mundo: Jorge e Alice convidam um casal amigo para jantar. Mas a mulher chega sozinha, desfeita, por acabar de saber que o avião onde vinha o seu marido se havia despenhado no mar. Acompanhando as notícias com a potencial viúva para saber se o seu marido faz ou não parte dos sobreviventes, o casal recebe a notícia de que foi o grande e único vencedor do jackpot do Euromilhões de sexta-feira 13. Mas há que esconder a sua euforia ao longo de um serão pejado de um sem número de reviravoltas.
E para fechar as cortinas de mais uma edição do Teatremos haverá no domingo, 3 de março, A última dança do Flamingo, encenada pelo Teatr’ambu – Grupo de Teatro de São Jorge. Em cena estará a trama de um conceituado coreógrafo que perdeu a sua companhia «após uma desgraça» e que terá que preparar, com as suas novas bailarinas, A última dança do Flamingo para a sua grande apresentação.
Bilhetes gratuitos ou a custo simbólico
De acordo com Eduardo Amaral, o desígnio inicial do Município era que todos os espetáculos tivessem um custo simbólico associado de forma a que os grupos pudessem «gerar uma receita extraordinária para poderem investir em si próprios». Contudo, houve quem não concordasse: «Há grupos que acham que não devem cobrar, e nós entendemos isso. Segundo eles, a partir do momento em que cobram, as pessoas esperam outro tipo de serviços e eles não querem ver-se julgados nessa perspetiva porque são voluntários», explicou o autarca. Por outro lado, há também quem sinta que «faz sentido gerar aquela receita», disse, frisando ainda que, no caso dos espetáculos com entrada paga, ficou estipulado que quem não tiver meios económicos para adquirir os bilhetes não verá a sua entrada negada, já que «a Cultura não pode ser limitada pelas condições financeiras».
Os bilhetes para as seis datas podem ser reservados através dos respetivos grupos teatrais ou no próprio dia, na bilheteira do Cineteatro de Porto de Mós.
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