Cova da Velha, a reinventar a cozinha há 30 anos

15 Agosto 2023
Texto

Isidro Bento

Artigo disponível na edição em papel d’O Portomosense e para assinantes digitais.

É com os desafios que crescemos», conclui. O restaurante Cova da Velha, em Alcaria, uma das referências portomosenses a nível da restauração, completa em dezembro 30 anos. Nasceu pela mão do casal Mafalda Girão/ João Pedro Ribeiro e em poucos anos conquistou um lugar entre os melhores do concelho. A sua fama há muito que extravasou as fronteiras concelhias, tendo entre os seus clientes “pessoas que fazem muitos quilómetros para cá chegar » como sublinha, com orgulho, João Pedro Ribeiro.

E qual é o segredo deste restaurante que foi buscar o nome à mais famosa formação geológica do concelho? É igual àquele que faz outras casas e outros negócios prosperarem: qualidade, diferenciação, e um grande cuidado com os pormenores.

Quando pedimos a João Pedro Ribeiro que defina o tipo de cozinha que se faz no Cova da Velha, este remete-nos para as páginas, na internet, especializadas em restaurantes e viagens, e nessas para os comentários que os clientes aí vão deixando. «A maioria fala de gastronomia portuguesa requintada e com um toque de modernidade, outros dizem que é gastronomia portuguesa com nuances diferentes e com uma apresentação distinta. Há aqui, portanto, dois elementos em que todos parecem concordar: é gastronomia portuguesa, sem dúvida, mas não a do arroz, batata frita e salada, e é reinventada e com o tal toque de modernidade». «Aliado a isso há um serviço de qualidade, simpático e próximo do cliente e grande cuidado com tudo o que vai para a mesa», diz.

«A nossa imagem de marca são as entradas, o prato principal e a sobremesa. Tentamos caprichar em tudo porque sabemos, enquanto clientes, que se começarmos uma refeição com umas entradas sem grande apresentação, ficamos logo ali um bocadinho de pé atrás e mais exigentes em relação ao que vem a seguir», realça. Por outro lado, prossegue, “podemos ter tido uma refeição excelente, mas se nos servirem uma sobremesa fraca e sem apresentação, o restaurante estraga tudo o que de bom fez até aí. Por isso, na nossa casa, tudo tem de ser de qualidade e agradável à vista, começando nas entradas e acabando nas sobremesas».

Para ter bons pratos são necessários bons produtos e essa é outra exigência que o Cova da Velha coloca a si próprio. «Compramos praticamente tudo no concelho, o que não significa que seja tudo cá produzido, porque há coisas que a produção local não tem em quantidade suficiente, mas há essa preocupação: se o produto for de qualidade não vamos comprar fora, quando o temos à porta de casa», diz.

E chegar ao prato “ideal” dá muito trabalho? «O trabalho principal é decidir o que fazer e como porque depois de tudo estar decidido, a confeção é fácil. Os pratos foram essencialmente pensados pela minha esposa, a responsável pela cozinha, e por mim. Eu sugiro, por exemplo, um prato, e ela avança logo com uma ideia para lhe dar o toque diferente. A restauração é um negócio de pormenores e um bife será sempre um bife, mas a forma como é confecionado é que faz a diferença e nós estamos muito cientes disso», sublinha João Pedro Ribeiro. Com a casa “feita”, a tentação poderia ser viver à sombra do sucesso, mas o casal prefere continuar a apostar na qualidade e a experimentar coisas novas, porque parar é morrer e essa é uma verdade bem conhecida no mundo da restauração.

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