O Cross Laminha, aquela que foi a primeira prova do campeonato que inaugurou oficialmente a prática do trail em Portugal, vai ter no próximo domingo, dia 15, pelas 10 horas, a sua 20.ª edição. A organização é da Fábrica da Igreja Não Paroquial da Boieira (Juncal) e, como acontece desde a primeira hora, como diretor de prova e a “dar a cara” pelos cerca de 35 voluntários que tornam possível a realização da mesma, estará Vítor Ferreira, com quem O Portomosense esteve à conversa.
De acordo com o responsável, a edição deste ano tem 275 participantes inscritos. Inicialmente, a organização fixou o limite em 250, mas face ao elevado número de interessados e depois de «conseguir arranjar mais 25 prémios», alargou-o a 275 atletas, sendo que «há ainda cerca de 60 em lista de espera», caso haja alguma desistência dos já inscritos.
Este ano, a prova “desloca-se” da Cumeira de Cima para a Boieira, porque «a organização entendeu que o pavilhão de festas desta última localidade tem, atualmente, muito melhores condições» que aquele que, até agora, servia de apoio à prova. Em termos de percurso serão «12 quilómetros e mais alguns metros, em “zig zag” num pequeno bosque de árvores como o carvalho, o sobreiro e algum, pouco, pinheiro. «É uma zona bastante agradável mas com muita pedra e também barro, o que faz com que os atletas facilmente escorreguem. Poderá haver um bocadinho de lama, se continuar a chover com alguma intensidade mas, para já, os terrenos ainda não estão saturados o suficiente», refere o organizador. Com lama ou sem lama, Vítor Ferreira não tem dúvidas de que a prova tem elementos suficientes para continuar a ser vista pelos participantes como bastante desafiante e isso deixa-o satisfeito.
O Cross Laminha foi criado há 23 anos mas, por motivos diversos, teve, no conjunto, um interregno de três anos. Em 2023 não haverá qualquer iniciativa a marcar a 20.ª edição. O facto da prova resistir passado tanto tempo e num contexto cada vez mais difícil e continuar a merecer o elogio dos atletas é, por si só, a prenda mais apreciada por Vítor Ferreira e restante equipa.
Vítor Ferreira não quer alimentar polémicas mas à pergunta se o trail nasceu na Cumeira, responde não ter quaisquer dúvidas de que «o Cross Laminha foi a primeira prova oficial de trail em Portugal». Já o título de “pai” do trail nacional atribui-o a outro portomosense: António Garcia, antigo atleta natural da Bezerra e residente na Marinha Grande, que criou o Cross do Alecrim e o Cross dos Moinhos, provas que tinham todas as características daquilo que anos mais tarde viria a ser denominado como trail.