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Das ruas para o digital: pandemia obriga Quarentões a adaptarem programa

24 Maio 2021
Jéssica Silva

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Jéssica Silva

24 Mai, 2021

Tomé Prior é um dos 40 rostos por trás dos Quarentões de 1981, o grupo a quem compete, este ano, a organização de grande parte dos eventos populares em Mira de Aire. Num ano atípico em que devido à pandemia de COVID-19 o contacto físico foi substituído pelo contacto à distância, a tarefa do grupo tem-se revelado duplamente desafiante. A somar à preocupação de trazer alguma inovação, acresce a necessidade de reinvenção de eventos que viviam, principalmente, do convívio entre pessoas. Assim, a solução encontrada tem passado pela aposta, cada vez maior, no meio digital. «Temos estado a aproveitar as ferramentas que existem e o online, felizmente, permite-nos chegar a casa de toda a gente, seja aqui do concelho ou fora de Portugal», afirma.

Apesar de reconhecer que estão perante uma população, em que grande parte é idosa, Tomé Prior acredita que esse fator não tem inviabilizado a sua participação, até porque, justifica, aquando do momento da planificação, existe o cuidado de tentar chegar a «todas as gerações» e, até agora, o feedback tem sido «muito positivo». «A ideia que nós temos é que dos oito aos 80 anos toda a gente tem sido bastante recetiva», garante. Tomé Prior considera que se têm «saído bem» nesta matéria, no entanto confessa algum receio inicial, despoletado pelo facto de terem sido o «grupo pioneiro» a apostar fortemente em iniciativas online. «Se o digital for bem trabalhado e bem estudado, acho que a mensagem chega lá», sublinha.

Comissão já planeia Corpo de Deus

Os nascidos em 1981 têm tentado cumprir «à risca» o programa que é feito durante o ano e que começou com o Cantar das Janeiras que decorreu, pela primeira vez, em formato online. Como forma de celebrar o Dia da Mãe, que este ano se assinalou a 2 de maio, o grupo decidiu criar uma Mummy Box. Lá dentro, estava um frasco de mel, outro de doce, umas bolachinhas, um saco de chá e dois pastéis de Mira de Aire. «O doce e as bolachas foram confecionados por nós, já o chá foi-nos cedido por uma empresa. É uma forma de criar alguma dinâmica, entre o grupo e o comércio local, e de promovermos o que é nosso também», explica Tomé Prior. No total, o grupo vendeu 200 caixas, que esgotaram logo no dia 30 de abril e que foram entregues na loja da Baiúca ao longo do fim de semana. «Isto acaba por ser uma marca e a população de Mira de Aire é muito recetiva a tudo o que venha dos Quarentões. É tudo sempre visto com bons olhos», reconhece.

Por entenderem que pode ser um «tiro no escuro», os Quarentões de 81 preferem não fazer grandes planos a médio e longo prazo, contudo já têm em vista algumas atividades, que apenas carecem de uma decisão final. Exemplo disso é o Dia da Criança e, ainda, a celebração do Corpo de Deus, ambas no próximo mês, e nesta última, segundo dita a tradição, é elaborado um tapete de flores junto à igreja paroquial. «Ainda estamos a estudar o que vamos fazer e como é que vamos fazer, porque cada grupo tenta, todos os anos, desenvolver um desenho diferente», reforça.

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