Recentes notícias dão conta de uma funcionária que venceu um caso em tribunal, frente à empresa em que trabalha, para que esta lhe conceda folgas aos fins de semana, uma vez que não tem com quem deixar os filhos, já que o marido também trabalha por turnos. A propósito disto, gerou-se uma discussão entre pares acerca dos vários pontos a favor e contra a possibilidade de os pais com filhos menores de 12 anos terem sempre folgas aos fins de semana (direito consagrado no Código do Trabalho). Daí, trago mais perguntas do que respostas.
É justo que os restantes funcionários, sem filhos, tenham que assegurar sempre, ou maioritariamente, os fins de semana? Caso respondamos que não, pergunta-se de seguida: então mas quem tem filhos não deve ter alguma benesse – uma vez que se tiver folgas durante a semana, as crianças podem estar na escola, consoante a idade? Se a empresa tiver muitos funcionários nesta situação, como vai assegurar o trabalho – ainda que esta possa recusar, caso consiga comprovar que é indispensável a presença daquele colaborador? Vão as pessoas com filhos deixar de ser consideradas para empregos que exijam turnos ao fim de semana? Se assim for, continua a haver mão-de-obra no mercado para assegurar todo esse trabalho – lembro-me por exemplo dos supermercados, lojas de centro comercial, recolha de lixos, entregas, restaurantes, etc, excluindo os serviços de saúde que, considero, se encaixam num nível diferente?
Assim sendo, e para nós que estávamos na discussão, a solução é relativamente simples: por que não fechar os centros comerciais e supermercados (e seus derivados) ao domingo? Far-nos-iam tanta falta assim? A pergunta fica para a reflexão de cada um.