Algumas mensagens dirigidas a O Portomosense denunciavam que as escolas do concelho de Porto de Mós estariam sem aquecimento, uma vez que o Município «não fornece o diesel para o aquecimento nem permite que se liguem os aquecedores elétricos». Assim, «as crianças teriam que passar o inverno com condições deploráveis durante as aulas, tendo que se agasalhar com mantas ou cobertores». O presidente da Câmara de Porto de Mós já tinha informado, em reunião de Câmara, que teriam que existir ajustes no uso do aquecimento, face à crise energética que se atravessa, no entanto a falta total de aquecimento não será uma realidade. Quem desmentiu ao nosso jornal esta realidade foi a vereadora da Educação, Telma Cruz: «As escolas não estão sem aquecimento, o aquecimento, quando necessário e apenas quando necessário, está contemplado. Encontramo-nos num momento crítico, desta vez devido à guerra, que provocou uma crise energética sem precedentes. A crise energética é grave e entrou numa nova fase, pelo que só com uma ação conjunta conseguimos responder a esta situação», começou por referir.
Telma Cruz revelou ainda que foi enviada uma comunicação às escolas, bem como às associações de pais e encarregados de educação, «onde foi dada a conhecer uma resolução do Conselho de Ministros» que «refere que, no contexto do conflito armado na Ucrânia e das respetivas implicações no âmbito do sistema energético europeu, Portugal enfrenta uma situação de seca severa e prolongada por todo o território continental, com reflexos na produção de energia hidroelétrica». Por esta razão, «o Conselho de Ministros emitiu um conjunto de medidas incluídas no Plano de Poupança de Energia 2022-2023 que pretendem constituir a resposta de Portugal ao objetivo de redução voluntária de 15% no consumo energético, de gás e água, que concorre para o objetivo comum da União Europeia».
Entre as medidas está a manutenção, no inverno, das «salas de aulas numa temperatura não superior a 18 ºC, acertando os relógios para esta temperatura e tempo de funcionamento dos equipamentos». A vereadora reforçou que «nunca, em situação alguma, esteve em causa o aquecimento das escolas, e necessariamente o bem-estar das crianças e comunidade escolar». «Não entendo essas acusações quando quem as fez nem sequer tentou aferir a verdade com a vereadora da Educação ou com o presidente da Câmara», salienta. Telma Cruz revelou ainda que, seguindo os objetivos da resolução do Conselho de Ministros, a Câmara elaborou um plano interno, onde, entre outras estão as seguintes medidas: «Reduzir o consumo de energia relacionado com iluminação interior e exterior; reduzir o consumo energético associado à iluminação pública e o consumo energético em piscinas e complexos desportivos; realizar uma campanha de comunicação e sensibilização para diferentes públicos-alvo; reduzir o desperdício de água na rega de espaços exteriores».
Foto | Jéssica Moás de Sá