A bancada do Partido Socialista (PS) na Assembleia Municipal (AM) apresentou na última sessão uma recomendação à Câmara para que «sejam postas à disposição da totalidade das famílias do concelho de Porto de Mós as atividades da Componente de Apoio à Família (vulgo ATL para as crianças do 1.º Ciclo) nas mesmas condições – horários e preços – negociando o Município» com o movimento associativo que disponibiliza este tipo de oferta, «os valores e assumindo o diferencial entre o preço de custos de cada uma das associações e o preço praticado pelo Município em algumas freguesias quando este serviço é assumido por si». Os socialistas, recomendaram ainda que possa existir um sistema de escalões de acordo com o rendimento de cada família».
O assunto que, por mais de uma vez passou pela AM no mandato anterior, foi agora recuperado pela deputada, Liliana Pereira, que voltou a alertar para «a grande discrepância de valores» entre aquilo que paga uma família com um filho num ATL municipal [por não haver na freguesia o serviço assegurado por IPSS ou associações] com o que é pago por outra que tenha o filho numa associação. Recorde-se que segundos os socialistas, no limite, há uma diferença de cerca de 120 euros mensais entre público e associativo.
De acordo com a deputada socialista o Município aceitou, e bem, o repto para que sensibilizasse o movimento associativo no sentido de oferecer outras modalidades mais convidativas em termos de períodos temporais, «tendo sido feito um grande esforço nesse sentido». No entanto, faltará agora procurar extinguir a discrepância de valores entre público e associativo. Liliana Pereira justificou o retomar desta proposta por, além de a considerar justa, aparecer «numa altura em que se está a preparar o novo ano letivo». E no sentido de haver «um bocadinho mais de justiça» fez o desafio para «a possibilidade do pagamento ser feito em função daquilo que são os escalões que os pais auferem».
Na resposta, o presidente da Câmara, irónico, disse que «estava à espera que [o PS] recomendasse que essas pessoas pagassem o mesmo que as outras para ficar nivelado porque assim não custa nada estar na oposição. É dizer para gastar e mais nada», frisou. «Nós temos feito um esforço imenso no apoio social como nunca houve e eu já o quantifiquei mas posso voltar a quantificá-lo se quiserem» afirmou acrescentando que ter cerca de «300 alunos a mais de um ano letivo para outro significa que o concelho passou a fixar alunos» e que «ao contrário do que se diz, apenas, metade são estrangeiros». A outra será de «jovens de cá, que saíram e que agora estão a voltar pelas condições sociais e de educação proporcionadas».
Portanto, garantiu o autarca «a Câmara não pode dar tudo de uma vez mas tem havido uma evolução, neste caso, com o apoio do movimento associativo. Veja-se «a melhoria significativa que decorreu da extraordinária boa vontade das associações que concordaram em estabelecer os períodos de manhã, tarde ou dia inteiro, e que se não fossem elas» a Câmara não conseguiria.
Assim, não contem que haja a inflexão do Município nesta matéria porque não temos que infletir nada. Este é o nosso caminho», sublinhou.
Isidro Bento | Foto