Diogo Silva já foi destaque em páginas de jornal por diversas vezes, pelas conquistas que ao longo da sua carreira foram preenchendo o seu palmarés. Primeiro, no ciclismo e no BTT e há quatro anos no duatlo e triatlo. O atleta de 31 anos, natural das Pedreiras, já ocupou o pódio em várias provas, nos tempos do ciclismo e mais recentemente na modalidade que abraçou. Entre os lugares cimeiros podem destacar-se, por exemplo, o vice-campeonato na Rampa de Elite Nacional, a medalha de bronze no Campeonato Nacional de Maratonas absoluto e a vitória por cinco vezes no Up-hill 12 km Manteigas – Penhas Douradas, sendo esta uma parte reduzida do currículo desportivo de Diogo Silva.
Não sabe precisar exatamente a idade que tinha, sabe apenas que era ainda «um garoto» quando as bicicletas começaram a fazer parte do seu mundo. O pai do, agora, triatleta, que participava regularmente em provas embora nunca tivesse apostado na competição, foi o “culpado” pela paixão que cresceu em Diogo. Ao contrário do pai, o jovem sempre quis competir por gostar de se «testar ao mais alto nível». Considera que na origem do seu sucesso, pode estar uma das suas características: «a capacidade de sofrimento, quando parece que não dá mais, insistir sempre mais». Em qualquer competição em que entre, os objetivos são «sempre de fasquia alta».
Esta mentalidade que lhe trouxe muitas alegrias desportivas foi também a que o fez, há quatro anos, começar um novo desafio. Por essa altura, O Portomosense dava conta de algumas metas que Diogo Silva queria cumprir no triatlo, entre elas chegar «aos pódios na Taça do Mundo XTERRA Golegã» que garante a «qualificação para o Campeonato do Mundo». Estes objetivos já foram cumpridos e este ano Diogo Silva estará, em outubro, no Campeonato do Mundo no Hawai. No Campeonato Europeu XTERRA na Golegã foi primeiro do seu escalão e conseguiu assim o apuramento para o Mundial, sagrando-se também campeão nacional de Triatlo Cross. Em abril, Diogo Silva ficou também em quinto lugar no Campeonato do Mundo Triatlo Cross no seu escalão em Pontevedra, na Espanha.
O balanço de quatro anos de triatlo
Como já tinha «chegado onde podia» no ciclismo, o triatlo pareceu o recomeço perfeito para Diogo Silva. Este novo ciclo obrigou a que o atleta começasse a treinar duas modalidades novas na sua vida: a natação e o atletismo. Estar a «bom nível nas três modalidades» que compõem o triatlo é o grande desafio deste desporto.
A natação é o calcanhar de aquiles de Diogo, que admite que ter «a técnica desde mais novo» é uma vantagem, porque mesmo «que se treine muito é difícil ganhar o deslize de água» correto. Quando recorda a primeira prova que fez, em Quarteira, no Algarve, lembra-se de «entrar na água com mil atletas todos em direção à bóia» em que o objetivo foi apenas: «tentar sair da água». A recuperação, assume, é feita com a bicicleta, companheira de longa data. A experiência no ciclismo tem permitido «escalar alguns lugares» mesmo que perca algum tempo na natação para outros atletas. No entanto, Diogo Silva iniciou este ano um novo ciclo em que o objetivo é equilibrar o seu desempenho nas três modalidades. Para isso, tem pela primeira vez um treinador, que é «uma das principais referências no triatlo cross» para o ajudar «na gestão das várias cargas das modalidades». O atleta representa atualmente a equipa da Amiciclo de Grândola.
Diogo Silva faz entre dois a três treinos por dia, para conseguir treinar todas as modalidades e tem de gerir a vertente desportiva com oito horas diárias de trabalho no seu ramo profissional. As provas de duatlo e triatlo acontecem ao longo do ano e apenas «em dezembro» não há qualquer competição. O atleta faz dutalo e triatlo de cross e de estrada e é na vertente de triatlo e duatlo BTT que se sente mais forte, por dominar a técnica «na vertente terra». Em outubro estará no Campeonato do Mundo do Hawai, prova precisamente de BTT, para o qual tem «boas expectativas» e já se está a preparar. Um dos objetivos futuros é participar na prova IRONMAN nos Alpes de França, prova que começou por ser uma meta para este ano mas que Diogo Silva vai adiar. Entre os motivos estão a procura «de apoios financeiros» e também a exigência da prova que é muito longa e com muitas subidas, para a qual Diogo se quer preparar melhor para ir com aspirações superiores.
No imediato, Diogo Silva vai continuar a tentar evoluir «na natação e no atletismo» para se tornar um atleta mais completo. O triatleta deixa ainda a garantia de que no futuro, tal como tem acontecido até aqui, entrará sempre «em qualquer competição» para se «superar» a si mesmo.