DiArteDance foi ouro, prata e bronze na Dance World Cup em Praga

19 Julho 2024

Jéssica Silva

Saíram de Porto de Mós para Praga (capital da Chéquia) com um objetivo claro em mente: fazer a melhor prestação possível na final da Dance World Cup, o maior concurso de dança do mundo, onde iriam competir contra perto de 9 500 bailarinos de 66 países diferentes. O desafio não se antevia fácil para os 32 alunos da escola DiArtDance, mas rapidamente foi superado com sucesso. De Praga trouxeram para Porto de Mós quatro medalhas (duas de ouro, uma de prata e outra de bronze). «Estes são os campeonatos do mundo, uma vez que a dança não faz parte dos Jogos Olímpicos, por isso, estes são como se fossem os nossos Jogos Olímpicos», explica Diana Vala, a responsável pela escola sediada na vila-sede do concelho.

Bailarinas e bailarino, com idades entre os 6 e os 19 anos, apresentaram-se a concurso com 29 coreografias em oito estilos de dança diferentes (showdance; acrodance; ballet; contemporâneo; hip-hop; sapateado; jazz e neoclássico) mas foi no estilo de ballet e contemporâneo que mais se destacaram. Uma das medalhas de ouro foi conseguida com a coreografia Rites, interpretada pelo quarteto composto por Bárbara Pereira, Beatriz Rosa, Diana Almeida e Tatiana Komar, na categoria de grupo contemporâneo, e a segunda medalha de ouro foi conquistada por Bárbara Pereira e Catharina de Castro, na categoria de dueto clássico (ballet), com a coreografia Harlquinade Duet. Catharina de Castro foi precisamente a bailarina que mais se destacou, ao ganhar também a medalha de prata e de bronze. A bailarina encantou todos ao dançar a Aurora Variation, de A Bela Adormecida, atuação que lhe valeu prata, e interpretou também The Catch, obtendo também o terceiro lugar no pódio.

Bailarinas conquistam ouro DiArtDance e1721383651960 | Jornal O Portomosense

Para a também professora e coreógrafa Diana Vala «é muito gratificante quando se consegue alguma coisa» e esta conquista no campeonato do mundo é exemplo disso mesmo, sendo também fruto do trabalho que diariamente é desenvolvido, por alunos e por professores. «Estes miúdos trabalham muito. Têm as aulas, depois ainda vêm cá ensaiar, inclusive aos fins de semana… isto é tudo muito giro mas sai-lhes do corpo, a eles e a nós. Por isso, para nós, professores, [esta conquista] acaba por ser um “miminho” ao nosso trabalho», afirma.

Para o quarteto que conseguiu um dos primeiros lugares no pódio, vencer uma medalha de ouro não foi novidade, antes pelo contrário. Estas bailarinas já conhecem bem o sabor da vitória, não tivessem elas já sido campeãs mundiais há quatro anos, em Braga. «Entretanto, as idades delas não permitiam aqui algumas participações. Houve aqui mudanças, tanto de faixas etárias como de escalões mas este ano voltámos a conseguir participar e voltámos a ganhar», frisa, visivelmente satisfeita.

Participar é “abrir horizontes”

Sobre a passagem pela final da Dance World Cup, que decorreu na capital da Chéquia, entre 27 de junho e 6 de julho, a responsável pela DiArtDance considera que foi uma «experiência excelente» e uma forma de os alunos conseguirem «abrir os seus horizontes, ver novos bailarinos e outras escolas». Diana Vala defende que uma das «grandes vantagens» deste tipo de competições é a capacidade de, indiretamente, motivar e incentivar os alunos a fazerem cada vez mais: «Como veem tanta coisa, querem mais e conseguem perceber que, o aluno que tem a mesma idade do que elas já faz isto e aquilo e percebem que também o podem atingir e depois, durante o ano, vão querer mais inevitavelmente, e isso é ótimo», constata.

DiArtDance no Dance World Cup | Jornal O Portomosense

Por outro lado, Diana Vala destaca que além de «abrir horizontes», participar num campeonato do mundo também permite que os alunos contactem e conheçam pessoas do meio, naquela que considera ser uma experiência única. «Conseguem ver outros coreógrafos, a maioria de renome internacional, com quem poderão fazer masterclasses. São pessoas muito conceituadas que, se calhar, senão for neste contexto, elas nunca teriam sequer a oportunidade de estar perto, quanto mais fazer aula», sublinha.

Uma experiência que não está ao alcance de todos

Em termos de custos, a viagem rondou, «em média, os 2 500 euros por aluno», um valor bastante elevado e que, como reconhece Diana Vala, só foi possível de reunir graças à ajuda da «Câmara Municipal de Porto de Mós, seis Juntas de Freguesia [duas das quais de fora do concelho] e nove empresas que se chegaram à frente para apoiar estes alunos. Não fosse esta ajuda, a responsável pela DiArtDance garante que seria «completamente impossível de, pelo menos, 90% das pessoas irem». «Isto tem custos muito elevados. É tudo caríssimo», sublinha. Diana Vala lamenta que em Portugal não haja uma federação de dança, tal como acontece «na maior parte dos países» que contam com a ajuda da federação.

Fotos | DiArtDance

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