A falta de médico na extensão de saúde do Alqueidão da Serra e a consequente «diminuição de afluência» do número de pessoas que recorre à farmácia da freguesia para aviar receitas levou, recentemente, a Farmácia Nova do Alqueidão a lançar um apelo nas redes sociais: «Nós queremos cá estar e para assegurar a permanência da farmácia na freguesia precisamos de vós, mesmo quando têm de ir às consultas fora da localidade ou mais longe». Questionada sobre se o encerramento é um risco real ou ainda uma possibilidade remota, a diretora técnica, Joana Leal, esclarece que «não é certo» que a farmácia vá fechar portas e explica que este “grito de alerta” serviu, sobretudo, para «sensibilizar as pessoas» para que «não se esqueçam» do estabelecimento. «Apesar de não haver médico, a farmácia continua aqui e para a manter é importante que não se esqueçam que estamos aqui. No fundo, estamos só a tentar prevenir e a sensibilizar a população nesse sentido, para não termos que chegar a esse ponto no futuro», refere. Joana Leal revela que a situação piorou a partir de abril, altura em que a freguesia deixou de ter médico e se notou «um declínio» no número de clientes a aceder à farmácia. A publicação, explica, surgiu assim numa ótica de prevenção «daquilo que poderá acontecer». «Quero acreditar que não cheguemos a esse ponto [de fechar]», confessa.
A responsável pela única farmácia da freguesia do Alqueidão da Serra recorda que houve a preocupação em «inovar ao máximo» para que as «pessoas tenham resposta a tudo o que precisam», tendo em conta que «não o têm por parte dos cuidados de saúde primários». Para isso, apostaram em vários «serviços diferenciadores» para que «a necessidade» de a população ir a outros locais «seja cada vez menor». Exemplo disso é «a consulta farmacêutica, a consulta de cessação tabágica, a preparação individualizada da medicação», a que se juntou recentemente «um serviço novo e inovador» de perfuração das orelhas para as crianças e adultos. Para justificar o não encerramento da farmácia, Joana Leal realça ainda o investimento que foi feito para melhorar as instalações: «Não faz sentido fechar as portas. Investimos na farmácia, remodelámos e tentamos ter todos os produtos. Por isso, não queremos de todo que isso aconteça, porque queremos muito continuar cá e gostamos muito de estar aqui», sublinha.
Por outro lado, a diretora técnica realça o papel da farmácia que, defende, «tal como outros serviços», é importante na freguesia e lembra a função «bastante ativa» que esta tem tido nas várias atividades que decorrem no Alqueidão da Serra: «Por isso queremos que as pessoas reconheçam esse nosso esforço, que valorizem e que se lembrem de nós. Queremos permanecer cá e queremos que as pessoas continuem a ser atendidas por nós», sublinha.
Embora acredite que a situação de crise que a freguesia enfrenta irá «melhorar», a diretora técnica da farmácia relembra que tudo depende da população e aproveita para reiterar o apelo deixado nas redes sociais: «Mesmo que tenham que ir a outras localidades ao médico, não se esqueçam que permanecemos cá e para manterem a farmácia também têm que nos ajudar nesse sentido»..