Qualquer que seja a crise, costuma-se dizer que, nesses momentos, toda a ajuda é pouca e preciosa. A verdade é que perante a pandemia da COVID-19, tem-se verificado um pouco por todo o lado a escassez de recursos humanos no que ao combate ao vírus diz respeito. É recorrente assistirmos a surtos em lares e também é bastante comum percebermos que são muitos os profissionais que são infetados e que por isso, não podem estar a exercer funções. No sentido de apoiar essas instituições, a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), da qual faz parte o Município de Porto de Mós, já tem aprovada a Medida de Apoio ao Reforço de Emergência de Equipamentos Sociais e de Saúde, contudo o problema persiste porque agora tem estado a braços com uma outra dificuldade: a contratação de pessoal na área social de apoio a idosos.
Em entrevista à Agência Lusa, o presidente da CIMRL, Gonçalo Lopes, esclareceu que apesar das tentativas feitas com o Instituto do Emprego e Formação Profissional, divulgação pelas juntas de freguesias e contactos pessoais, «tem sido difícil» conseguir a contratação de recursos humanos para prestar esse apoio aos lares. O autarca leirense justificou esta situação com a «necessidade de um perfil de vocação para lidar com a população idosa» porque, segundo frisou, «não é qualquer pessoa que consegue responder a questões relacionadas com a higiene, mobilidade ou alimentação» dos idosos. A somar a esta característica está o «receio da pandemia e a remuneração». «Uma vez que a maioria dos surtos ocorre em lares de idosos, a situação afasta as pessoas», frisou. Na perspetiva do presidente da CIMRL, a atual remuneração para exercer esse tipo de trabalho «não é aliciante». «Faria todo o sentido que a remuneração fosse superior para ultrapassar a falta de funcionários que estas instituições têm neste período», acrescentou.
O também presidente da Câmara de Leiria adiantou ainda que, ainda antes da candidatura feita pela CIMRL, o seu executivo fez uma outra para a contratação de seis elementos, mas apenas conseguiu contratar três. «Estas três pessoas, desempregadas, tiveram formação para a função que desempenham e também ao nível da segurança», garantiu o autarca, acrescentando que os profissionais em causa estão a dar apoio na estrutura de retaguarda para doentes com o novo coronavírus instalada no Seminário de Leiria e em lares do concelho onde têm ocorrido surtos, dando apoio às equipas existentes.