Isidro Bento

E já lá vão 39…

11 Jan 2022

Com esta edição, O Portomosense completa 39 anos de serviço a Porto de Mós e aos portomosenses, como não me canso de o dizer. E digo-o, não porque até é um chavão engraçado mas por acreditar piamente nisso.

Neste número, temos uma entrevista com uma pessoa “da casa”, Pedro Santiago, desde a primeira hora presidente da Assembleia Geral da CINCUP, a proprietária deste jornal e da Rádio Dom Fuas, e entre muitas outras coisas interessantes, o distinto advogado portomosense nascido na freguesia do Juncal, diz uma que justifica a tal ideia de um jornal ao serviço da sua terra e das suas gentes. Afirma ele que o jornal e a rádio não existem para ganhar dinheiro mas para informar e, pormenor muito importante, para perpetuar a história do concelho. De facto, esta noção de serviço público andou sempre de mãos dadas com O Portomosense. O seu fundador e primeiro diretor anunciou-a no primeiro editorial, tornou-a realidade logo nas primeiras edições e depois disso todos os que lhe seguiram no lugar mantiveram a mesma política. Mudaram-se os tempos mas essa vontade e essa prática permanecem inalteradas.

O Portomosense é parte integrante de uma cooperativa sem fins lucrativos e não está no mercado para obter dividendos financeiros mas para servir. Não sobrevive, como qualquer outro jornal também não sobrevive, sem obter fundos que sustentem a sua atividade e paguem os salários dos seus funcionários, mas satisfeitas essas duas condições, a sua preocupação primeira é com o rigor e a qualidade da informação que disponibiliza aos seus leitores. O dinheiro não é um fim em si mesmo mas o instrumento que permite criar as condições materiais e de recursos humanos para que depois surja, então, esse trabalho de qualidade.

Um antigo responsável pela CINCUP, hoje com elevadas responsabilidades na vida autárquica, defendia que O Portomosense escreve a história do concelho e a ideia apesar de não ser propriamente uma grande novidade, talvez nunca até ali tivesse sido dita de forma tão clara, tendo sido de imediato interiorizada por todos os elementos da equipa CINCUP. De facto, O Portomosense, como toda a imprensa regional, é o grande guardião da história local. No futuro, certamente que quem se dedique a estudar a história do concelho não poderá fazê-lo sem consultar este jornal. E, diga-se em abono da verdade, o futuro é já hoje. Muitos trabalhos escolares e outros já vão beber a O Portomosense informação da história recente do concelho e estas páginas servem também para lembrar aos simples curiosos e “saudosistas”, factos, pessoas e estórias dos últimos quase 40 anos a nível local. Se a população em geral tem essa noção e está consciente da importância disso é pergunta para a qual o nosso entrevistado não foi capaz de encontrar resposta cabal, numa dúvida que eu próprio comungo. Sinceramente, gostava que sim porque isso faz toda a diferença.