Foi com palmas e uma salva de foguetes que a Calvaria saudou a assinatura do auto de consignação da obra “ECOparque Verde na Freguesia da Calvaria de Cima” ao consórcio entre as empresas Calaveiras Unipessoal, Lda e Azubetão, Materiais e Construção, Lda, esta última com sede na freguesia.
À hora marcada, cerca de duas dezenas de convidados, a quem se juntaram vários populares anónimos, reuniram-se junto ao terreno onde dentro de dias começará a ser ser construída uma zona de lazer que ganhará forma como parque verde. Fizeram-no para testemunhar um ato singelo mas de grande valor simbólico para a população local que espera ver cumprida em menos de um ano aquela que é uma sua ambição antiga. Como sublinhariam mais tarde os presidentes da Câmara e da Junta de Freguesia, respetivamente, Jorge Vala e Luís Silva, até agora sempre quer os calvarienses queriam usufruir de um espaço desta natureza tinham de se deslocar a Porto de Mós ou a concelhos vizinhos, ora com a entrega da obra espera-se que esta realidade se altere a breve trecho.
Antes das palmas dos convidados e dos foguetes (que são uma das imagens de marca da freguesia), e do ato formal pelo qual a representante do dono da obra (neste caso, o Município de Porto de Mós) facultou ao empreiteiro o local onde irão ser executados os trabalhos, o regozijo de todas as entidades envolvidas neste processo foi expresso por palavras. Abriu a ronda o presidente da Câmara.
Jorge Vala começou por recordar que a Calvaria de Cima anseia por uma zona de lazer, pretensão, no seu entender, perfeitamente justa, até porque se trata de um freguesia em crescimento, «a única do concelho de Porto de Mós que nos últimos anos cresceu em população», e que Município e Junta querem que «seja mais que um dormitório dos territórios urbanos» à sua volta.
O autarca espera, então, que a partir de setembro de 2024, a Calvaria passe a ter ali «condições excecionais num projeto moderno quer ao nível da sustentabilidade ambiental, quer ao nível da própria sustentabilidade do território, um projeto de última geração».
“Vou-vos massacrar para a obra estar pronta no prazo”
Por sua vez, Luís Silva confessou-se de «peito feito porque é uma obra que está prometida há vários anos» e que, assim se espera, estará concluída no seu mandato, o que deixa «satisfeito» e «realizado». O autarca contou que andou «sempre a pressionar o presidente da Câmara» para que algo ali fosse feito uma vez que a freguesia apesar de continuar a crescer em população não tem um espaço de lazer. O esforço, segundo ele, valeu a pena, já que ambos concordaram que se tratava de uma necessidade a nível local que se podia tornar em mais-valia. Chegar a acordo quanto à localização também não foi difícil, revelou.
«Deus queira que daqui a um ano cá estejamos para cortar a fita de inauguração» sublinhou assegurando que a partir de agora vai estar «muito atento ao desenrolar dos trabalhos e “massacrar” para que a obra seja concluída dentro do prazo.
David Calaveiras, responsável pela empresa Calaveiras Unipessoal, Lda expressou a sua «satisfação por estar nesta obra» e prometeu tudo fazer para que a mesma corra bem. «Com o nosso parceiro [Azubetão], com quem temos muito boas relações, vamos unir esforços no sentido de criarmos uma obra que seja digna para a nossa empresa e corresponda às expectativas que a Câmara e o senhor arquiteto criaram sobre ela», frisou.
António Fernando dos Santos, da Azubetão, fez suas as palavras do seu parceiro de consórcio, agradeceu a todos e fez votos para «que a 15 de setembro do ano que vem tudo esteja pronto e em condições».
Por último, interveio Nuno Pereira, o chefe de consórcio, que disse que a sua empresa «é um pouco emigrante» a nível local porque não é tão conhecida no concelho como a Azubetão mas que está muito apostada nesta parceria. «Trabalho com o senhor António há mais de 15 anos e este projeto é muito aliciante porque nós temos valências numa determinada área e ele tem noutras e é isso que nos torna competitivos», disse.
Projeto pode ser exemplo para outros
Houve ainda tempo para ouvir o arquiteto Hugo Alves que, com Rita Matias, assina o projeto do ECOparque Verde, e que começou por explicar que com esta obra se «potencializam ou dinamizam os valores presentes, não só naturais mas também económicos, como um exemplo daquilo que é o conceito mais vanguardista que existe hoje em dia em arquitetura para criar um espaço deste tipo».
Isso passa, por exemplo, por «recriar galerias ripícolas e o ciclo da água de infiltração dos lençóis friáticos mas também pela oportunidade que nos dá de implementar tecnologias de ponta, nomeadamente um sistema de iluminação que vai permitir economias muito significativas e um retorno do investimento inicial num prazo previsivelmente curto», afirmou o jovem nascido na Calvaria.
Hugo Alves espera também que o ECOparque Verde «funcione como projeto-exemplo» do qual se possam tirar conclusões e ensinamentos «para disseminar para outras soluções de projeto em outras áreas do concelho». A obra foi adjudicada ao consórcio por 940.593,93 euros (+IVA).
Foto| Isidro Bento