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Edifício dos Gorjões deverá ser desclassificado

5 Março 2024
Isidro Bento

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Isidro Bento

5 Mar, 2024

O edifício dos Gorjões, classificado desde 1997 como “imóvel de interesse público”, deverá perder essa classificação em consequência de obras de que foi alvo há vários anos, revelou o presidente da Câmara, Jorge Vala, na última sessão descentralizada da Assembleia Municipal de Porto de Mós.

O responsável autárquico, em resposta à deputada do PS, Rita Cerejo, que o questionou sobre «o que vai ser feito no edifício», começou por explicar que a Câmara esteve «muito tempo à espera do parecer da Direção Regional de Cultura», parecer esse que aponta, então, «para a desclassificação do edifício por força de uma intervenção que houve anos atrás».

Jorge Vala disse que «não interessa quem a fez» mas que o procedimento da altura e que levou ao desaparecimento de pinturas que estavam classificadas deverá conduzir, agora, à sua desclassificação. Portanto, em termos práticos, o que estará, neste momento, classificado, serão as escadas «e nessas não se vai mexer». O processo da eventual desclassificação «está com a Direção Regional», no entanto, a Câmara vai avançar com a obra, garantiu o autarca.

«Vamos fazer uma pequena intervenção no Salão Nobre, requalificar as casas de banho do primeiro piso e adaptá-las para pessoas com mobilidade reduzida e colocar um ascensor na parte de fora para o tornar acessível a todos. No primeiro piso vamos criar também uma sala ou duas e na parte de baixo um open space com vista à instalação aí de todo o serviço de Ação Social. Vamos substituir janelas, reparar o telhado e colocar climatização», descreveu.

Quanto à instalação do Arquivo Municipal na Central das Artes, como estava previsto no projeto de reabilitação daquele espaço, outra das perguntas de Rita Cerejo, o presidente da Câmara disse que o Arquivo já está a funcionar na Central mas há ainda espólio disperso por outros locais e que «vai sendo transportado para lá à medida que está a ser tratado».

«Este arquivo, nomeadamente aquele que estava no espaço das antigas oficinas, está num estado lastimável. Podemos mesmo ter em risco alguns processos que estiveram dezenas de anos a apanhar humidades», revelou, acrescentando que esse material «está a ser tratado de forma cuidada» por alguns colaboradores, entre eles, «Kevin Soares, jovem talento portomosense em fase final de doutoramento, com uma pós-graduação em Arquivo e que está a trabalhar sobretudo no arquivo histórico».

«Portanto, esse extraordinário trabalho de arquivo que Porto de Mós tem e que começou a ser feito pela nossa arquivista, Dr.ª Fernanda Sousa, que, como sabem, foi para o Município de Braga, está a ter continuidade», assegurou.

Na sua intervenção, Rita Cerejo, deixou claro que, no seu entender, se o edifício conta com algumas salas climatizadas e devidamente preparadas para acolher o arquivo municipal, é lá que deve estar instalado. Já quanto à ocupação de parte da Central com os serviços que estavam até agora nos Gorjões, defendeu que seja, apenas, provisória.

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