Isidro Bento

Turismo (1)

28 Mar 2019

Desde que tomou posse, o executivo camarário já apresentou vários projetos na área de turismo e anunciou uma série de “intenções” para o mesmo setor como forma de potenciar o território e a sua riqueza e, por arrasto, apoiar, de forma indireta, quem está no terreno e faz disso modo de vida.

O mérito de algumas dessas iniciativas, projetos e projetos de intenções, é inegável mas teria sido útil promover uma discussão prévia sobre que turismo queremos para o concelho.
É certo que quem está no poder, seja a nível autárquico ou governamental sentindo-se totalmente legitimado pelo voto popular, por vezes tende a não valorizar por aí além ideias alheias, mas nesse caso compete à oposição lembrar que existe e que também quer dar o seu contributo ao invés de criticar quando já nada pode ser feito de diferente.

Pegando, apenas, em Alvados como exemplo, uma das aldeias com mais investimentos municipais anunciados, interessava discutir que turismo queremos para a aldeia e os verdadeiros impactos daquilo que está para ali projetado ou a estratégia de promoção relativamente ao que for feito.

Especificando com um exemplo ainda mais “micro”, a futura ciclovia servirá para os habitantes e hóspedes das unidades locais de turismo ou irá ser promovida com o objetivo de atrair mais gente? Se a opção número dois for a certa, que carga em termos de utilização queremos dar àquela infraestrura e, por consequência à aldeia? Os ganhos que se pretendem atingir com a construção de várias zonas de descanso em tão curta distância dando-lhe também a função de autêntico mostruário da pedra do concelho, são superiores ao que se possa perder com o eventual impacto paisagístico das mesmas?

Se para algo tão simples há tantas questões que podem ser levantadas, imagine-se o muito que ainda podemos e devemos discutir sobre o futuro da aldeia numa lógica de rentabilização (sensata) do seu potencial turístico.

Isidro Bento