Na sequência do anterior editorial houve algumas pessoas que estranharam o reparo à escolha dos doces como elemento promocional de destaque, do concelho, na mais importante feira de turismo do país. Obviamente, não vou voltar a apresentar as razões por que acho que poderia haver escolhas mais óbvias e eficazes mas aceito o repto para explicar, além dos doces, ou antes, dos doces, o que poderíamos ter promovido.
Bem ou mal, o anterior executivo “criou” a marca “Porto de Mós, Capital da Calçada Portuguesa”. Para mim, criou por bem embora de forma pouco eficaz porque para lhe dar notoriedade pouco mais fez que isso. Agora, parece-me que este executivo, com uma outra sensibilidade para as questões do turismo e da importância das marcas territoriais, teria tudo a ganhar em termos da projeção do concelho, se revitalizasse esta marca e a BTL era um bom lugar onde começar. Outra, essa, inclusive, já devidamente registada, é a de “Serro Ventoso, Capital do Galo”. Ora, no meu modesto entender, está aqui outra coisa que o município podia ter promovido na Bolsa de Turismo… e que bem teriam ficado os galos, tamanho XL, pintados pelas crianças das escolas, a decorar o espaço demasiado vazio com que este ano a CIMRL se promoveu no certame… O facto de se promover algo específico de uma freguesia não me choca. Pouco interessa se a atividade é realizada em Serro Ventoso, na Calvaria ou em Mira de Aire, o que conta é o município ajudar a consolidar projetos que têm “pernas para andar” e com potencial para atrair visitantes ao concelho e o Festival do Galo é algo que já ultrapassou as fronteiras concelhias.
Como ainda há poucos dias o pudemos comprovar, a Semana Santa, e nela de forma particular a Procissão dos Ramos e a Via-Sacra “teatralizada”, tem potencial para chamar ao concelho muitos visitantes.
Se a procissão atraiu muitos fiéis, o magnífico tapete florido que atapetou a Ponte São Pedro foi também um grande chamariz ao concelho, nomeadamente na sequência das reportagens televisivas. Eu, por exemplo, sem o esperar, encontrei lá amigos que vieram de propósito da Chamusca para apreciar aquela verdadeira obra de arte popular. Durante toda a missa o corrupio de gente na ponte foi constante.
Por manifesta devoção ou entendendo a Via Sacra teatralizada como algo apenas de âmbito cultural, foram muitos os que vieram a Porto de Mós na Sexta-feira Santa e, com a promoção certa esse número pode aumentar. Desde que uns e outros acompanhem a cerimónia com respeito, há espaço para ambos.