O mês de dezembro ficou marcado por eleições nas associações humanitárias do concelho. A primeira a ir a votos, de forma antecipada devido à resignação da antiga direção, foi Mira de Aire – no dia 4 -, tendo saído vencedora a única lista que se propôs ao quadriénio 2022-2025, encabeçada por Norberto Rodrigues. Por seu turno, os sócios do Juncal foram às urnas três dias depois confirmar a continuidade de Carlos Rosário, ao leme da instituição há quase duas décadas. Por fim, os associados dos bombeiros de Porto de Mós votaram, no passado dia 14, na permanência de António José Ferreira, que fica vinculado para o triénio 2024-2026.
Ao passo que em Porto de Mós e Juncal há nomes experimentados nestas andanças e que se candidataram, sobretudo, para poderem dar continuidade ao trabalho efetuado, Norberto Rodrigues, nascido em Mira de Aire há 53 anos, estreia-se agora ao leme de uma corporação. Sem qualquer contacto prévio com a associação mirense, o também responsável máximo pelo Rancho Folclórico de Mira de Aire e motorista de pesados afirma, ao nosso jornal, que aceitou o desafio por já ter definido com um grupo próximo que «[avançava] caso não houvesse outra lista», porque «alguém tem que tomar conta dos bombeiros» e porque «mais ninguém se chegou à frente».
Sobre os planos traçados para os próximos anos (até 2025, no caso da direção de Mira de Aire e 2026 nos casos de Porto de Mós e Juncal), os presidentes mostraram objetivos bem claros.
Em Porto de Mós, Ferreira assume a vontade de «continuar na senda dos últimos anos», o que se traduz na «renovação gradual da frota, na melhoria de equipamentos de proteção individual e de outras ferramentas colocadas ao dispor do corpo de bombeiros», na aposta na formação contínua», na melhoria das «condições [gerais] do quartel», na recuperação «de um carro histórico», na construção de um pavilhão na Área de Localização Empresarial e na elaboração de um livro alusivo aos 75 anos da corporação.
Para os lados juncalenses, Rosário promete focar-se no reforço dos meios humanos e no socorro, trabalho que tem sido feito com a recente criação de duas equipas pré-hospitalares (mais quatro elementos), na formação «de uma nova Equipa de Intervenção Permanente», no reforço do voluntariado «com os 21 ou 22 elementos que estão a terminar o curso inicial», na formação de mais Tripulantes de Ambulância de Socorro, na finalização «do campo de treinos no Andam» e no «reforço da frota com mais duas ambulâncias». Questionado sobre o facto de a associação estar a ser liderada por um comandante interino, o dirigente enfatiza a confiança plena que tem nos seus homens e explica que «a prioridade é reforçar o socorro e, depois, há-de vir o comandante».
Por fim, Rodrigues tem na agenda o reforço do espírito e da união do grupo mirense, fazer com que «os bombeiros andem para a frente e que tenham continuidade, [já que] é esta a missão [da direção]» e admite que «o que vier por acréscimo, será bem-vindo». Recusando mudanças drásticas, Norberto Rodrigues manterá a confiança no seu comando e na sua direção, realçando que está rodeado por elementos experientes que podem ajudar a trazer mais estabilidade aos bombeiros mirenses.
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