Em 32 páginas, um concelho
O jornal que tem em mãos expressa bem a realidade portomosense e isso, confesso, deixa-me muito satisfeito. Abrimos logo com uma boa notícia, embora nem seja esse o foco principal: há trabalho de excelência a ser produzido nos serviços camarários e não é de agora, por influência deste ou daquele executivo. É trabalho, muitas vezes já com anos de histórico, mas do qual o comum munícipe nem sempre se apercebe.
Sim, é verdade, a entidade que por vezes nos leva ao desespero por alguma coisa mal feita ou tardiamente realizada é também aquela que nos enche de orgulho quando ouvimos comentários elogiosos a algum projeto inovador ou de vulto saído dos seus gabinetes. Repito, não é de agora, deste ou daquele executivo. É trabalho técnico, sem interferência direta do poder político, mas que muitas vezes precisa do seu estímulo para se poder desenvolver. E aqui temos visto de tudo um pouco nos últimos 20 anos, desde a subvalorização, nalguns momentos e nalguns projetos, dos técnicos municipais, até autarcas que perceberam o valor destes e dos projetos que tinham em mãos ou que queriam desenvolver e lhes disseram, “façam”, disponibilizando de imediato os meios para esse fim.
Mostramos também exemplos de jovens que nas mais diversas áreas se vão destacando, dentro e fora do concelho, dentro e fora do país. Temos ainda empresas que se recusam a dormir à sombra dos êxitos alcançados e continuam sempre a inovar. Há também já muito trabalho feito na preservação do nosso património material e imaterial, e envolver crianças e jovens nesta tarefa comum parece-me uma excelente aposta e disso damos igualmente conta. Ao nível do apoio social, também muito foi feito neste período de 20 anos (que é aquele que conheço melhor), mas essa é uma área em que haverá sempre algo mais que se possa fazer. Devemos estar atentos e procurar a cada momento dar as respostas sociais mais adequadas.
Saber reconhecer o valor dos nossos é coisa que “tem dias”. Há alturas em que conseguimos fazê-lo, e de uma forma excelente, outras que nem por isso. Em Porto de Mós, acordámos algo tarde para o reconhecimento público que é merecido aos antigos combatentes, mas nos últimos anos temos tentado ultrapassar esse atraso e tudo o que tem sido feito, tem, sem exceção, honrado o nosso concelho e a nossa gente.
Nesta edição, evocamos também a memória de um valoroso militar portomosense recentemente falecido. Pensamos que é merecedor do destaque, mas quando decidimos ir além da notícia de obituário, foi também no sentido de representar nele todos os que nas Forças Armadas têm ou tiveram percursos de excelência e que, além de honrarem o concelho, podem ser vistos como exemplo para os nossos jovens.