O acesso ao saneamento básico vai ser uma realidade em quatro localidades nas freguesias do Juncal e Pedreiras, nomeadamente Cumeira de Cima, Albergaria, Cruz da Légua e Boieira. As obras iniciaram na semana passada na Cumeira de Cima e a previsão é que fiquem concluídas em menos de dois anos, segundo avançou o presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, Jorge Vala, durante a consignação da empreitada, em 18 de setembro. O prazo de execução da obra adjudicada por cerca de 3,3 milhões de euros é de 730 dias, no entanto espera-se que os trabalhos estejam concluídos em «um ano e meio», especificou o presidente, pedindo compreensão e paciência aos portomosenses, por se tratar de uma obra complexa. «É uma obra que vai merecer da vossa parte alguma paciência. Vai incomodar no inverno com lama e no verão com o pó, no entanto, pensamos que a importância que ela tem justifica este incómodo». Centenas de habitações e dezenas de industrias vão «finalmente passar a ser servidas com um bem que só se dá por ele depois de o ter». Além disso «estas populações podem ambicionar finalmente continuar a poder viver aqui, a construir novas habitações, já com os serviços de saneamento básico», apontou o autarca, reconhecendo ainda o beneficio desta obra, «há tanto aguardada», também «ao nível do ambiente e da sustentabilidade».
Espera-se que em 2025, aquando do término das obras de saneamento, «a percentagem de população servida no concelho pela rede pública de saneamento básico aumente 20%, o que se traduz em quase 80% de cobertura de todo o território». Em declarações aos jornalistas, Jorge Vala adiantou que das localidades que irão ser intervencionadas, a primeira a ser servida será a Costa Barrenta, prevendo-se que em cerca de seis meses consiga ter acesso ao saneamento básico». Depois, à medida que as obras forem avançando, será possível iniciar o processo de ligação dos ramais: «Vamos ter entre três a quatro frentes de trabalho, serão construídas quase 800 ramagens e três elevatórias e o restante é por gravidade. Serão 21 mil metros de tubo, mais os ramais (sete quilómetros)», explicou a engenheira Marina Carreira. «Cada um dos ramais ficará à entrada da porta e depois o proprietário terá que fazer a ligação, «obrigatória por lei». «Os munícipes vão receber uma carta nesse sentido e todas as casas que não tenham ligação são obrigadas a ter uma fossa estanque. Essa fossa estanque infelizmente nas casas mais antigas pode eventualmente não existir, mas de acordo com a lei havendo um serviço as pessoas são obrigadas a ligar», esclareceu Jorge Vala. Para isso, haverá a colaboração entre o empreiteiro e a Câmara Municipal no sentido de tentar localizar o ramal no sítio mais favorável ao proprietário».
Ainda durante a sua intervenção, Jorge Vala fez referência à obra de saneamento em Mira de Aire, que por ser também ela muito complexa «está a ser ponderado o que irá ser feito», esclareceu o autarca sem adiantar pormenores relativamente «à última fase» da obra de Mira de Aire.
Obra foi adjudicada à empresa LusoSicó
Na assinatura do auto de consignação da obra, Manuel André Silva, sócio-gerente da empresa LusoSicó Construções, S.A [que ganhou a obra], prometeu cumprir com os prazos previstos, pedindo a colaboração de todos durante o decorrer da empreitada: «Nós ganhámos a obra, vamos fazê-la com certeza de acordo com o que está previsto, cumprindo mais uma vez o prazo como sempre cumprimos e trabalhar em conjunto com todos os engenheiros e presidentes da Câmara. Pedimos, por isso, a colaboração de todos para os problemas que eventualmente poderão existir», concluiu Manuel Silva.
O auto de consignação de inicio de obra foi assinado no dia 18 deste mês, no Largo do Brejo, na Cumeira de Cima, local onde para além do presidente e vereadores da Câmara Municipal, estiveram autarcas das várias juntas de freguesia, engenheiros responsáveis pela obra e alguns moradores do concelho.
Foto | Rita Santos Batista