Ao contrário do ano passado, este ano a pandemia não impediu que fossem entregues, numa cerimónia presencial, no passado dia 26, os Prémios Dom Fuas, que distinguem os empresários e empresas que se destacaram pela excelência, liderança e níveis de exportação. Ao todo, subiram ao palco improvisado na Praça da República, responsáveis de 41 empresas. Foram também atribuídos os prémios de Responsabilidade Social à Unidade de Cuidados Continuados na Comunidade Dom Fuas Roupinho e o prémio Carreira ao presidente do conselho de administração das Grutas de Mira de Aire, Carlos Alberto Gomes Jorge (referente a 2020) e a Cesário Ferreira de Almeida (referente a 2021), responsável pelas farmácias Central, no Juncal, e Almeida, nas Pedreiras. Também no caso das empresas, tendo em conta que no ano passado não se realizou a entrega dos prémios, foram entregues os prémios referentes aos últimos dois anos.
A tarde foi marcada por vários momentos musicais com artistas, do concelho mas não só, onde se celebrou, por exemplo, o fado e o tango, mas também o saxofone e a concertina. Os prémios entregues aos empresários foram também eles uma criação de artistas locais. Rute Dias foi responsável pela elaboração dos prémios de 2020, «uma artista plástica, escultora e ceramista» que há dois anos deixou Lisboa para se instalar no concelho. A inspiração para os prémios PME Líder e PME Excelência e Maiores Exportadoras 2019 encontrou-a no «brasão de Porto de Mós, escolhendo o guarda-rios como base». Para o prémio Responsabilidade Social e Carreira inspirou-se nas «andorinhas que por esta altura nidificam na região e que são temas de outras peças que tem vindo a desenvolver». Já Adália Alberto foi responsável pelos prémios de 2021, artista residente na freguesia do Juncal e que se inspirou numa peça sua exposta no Parque Verde, «com uma das partes com calçada portuguesa originária do Alqueidão da Serra».
Importância de homenagear as empresas do concelho
«Os prémios Dom Fuas representam para nós um momento muito especial porque reafirmam a importância socioeconómica do tecido empresarial do concelho, transversal a todos os setores», começou por salientar o presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala, antes de se passar à entrega dos prémios. O autarca afirmou ainda que estes atores «contribuem e constroem um futuro determinante para o território, com a capacidade de criar, produzir, e difundir produtos e serviços de alta qualidade, bem como através da inovação, resiliência e a capacidade de reinvenção em tempos difíceis», que são, na sua opinião, «num mundo selvaticamente competitivo, uma garantia de futuro». Esse futuro, frisa é garantido a «quem cria, a quem beneficia da audácia e da inovação e um futuro para os postos de trabalho qualificados e assim se deseja, cada vez mais produtivos e consequentemente mais bem remunerados». «Estes atores que estão aqui hoje presentes e que representam muitos outros, passam discretamente todos os dias por nós sem que nos demos conta e, no entanto, do seu esforço e do esforço de quem com eles labora, resultam a excelência e a capacidade de internacionalização tão fundamentais à nossa economia e ao bem-estar social», concluiu.
Quanto aos prémios Dom Fuas Carreira e Responsabilidade Social, o presidente da Câmara considera que também fazem «muito sentido» porque destacam pessoas/entidades pelo «percurso de vida, disponibilidade, altruísmo e responsabilidade social».
Presentes na cerimónia para entregarem alguns dos prémios estiveram também o membro da direção da NERLEI, Paulo Valinha, o presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), Rui Pedrosa e a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Isabel Damasceno, que usaram também da palavra. Paulo Valinha foi o primeiro e em nome da NERLEI frisou que é um gosto associarem-se «a este tipo de iniciativas onde a excelência é premiada dentro da indústria». No entender do também empresário «a excelência hoje mais do que nunca é necessária dentro das empresas» em vários setores: «Na aptidão para inovar ao nível da parte técnica das indústrias para desenvolverem produtos diferenciados, ao nível da parte comercial para podermos colocar esses produtos nos diversos mercados a nível mundial e também ao nível do controlo de informação, é essencial ter-se acesso a informação há muitas mudanças estruturais e só assim as empresas podem prever e antecipar estratégias de adaptação», afirmou.
O presidente do IPL, Rui Pedrosa, destacou que a instituição que lidera não trabalha apenas ao nível da educação e formação, mas também «na investigação e inovação», algo que «tem feito com Porto de Mós nos últimos quatro anos». O responsável destacou algumas atividades: «O IPL quer ter um papel importante no FabLab, na incubadora de empresas, tem tido e terá um mais importante no polo de inovação e investigação da pedra, esteve na elaboração do Plano Estratégico do Turismo e na semana temática na indústria nunca nos esquecemos de visitar empresas de Porto de Mós».
Já a presidente da CCDRC, Isabel Damasceno, mostrou-se «satisfeita por ter a oportunidade de assistir a um momento tão importante, não só do concelho, como da região», agradecendo a Porto de Mós por «mais uma vez homenagear o mérito». «Nós somos um povo que tem uma atitude derrotista, de pouca autoestima, que eu considero um dos piores defeitos dos portugueses, temos tendência a achar que tudo aqui corre mal», afirmou a responsável. Dirigindo-se aos empresários presentes, a presidente da CCDR Centro agradeceu «por conseguirem enriquecer a nossa região, pelo que fazem todos os dias, apesar das dificuldades», garantindo que «Portugal é conhecido no estrangeiro por coisas que acontecem em Porto de Mós e é muito gratificante saber isso».