Quem visitou o Castelo de Porto de Mós há vários anos e por estes dias decida regressar irá, de certo, notar grandes diferenças na sua área envolvente. Depois das obras de requalificação (concluídas em 2019), que o tornaram num monumento mais acessível, agora a aposta do Município incidiu na zona em redor do Castelo, tornando bastante diferente a experiência de quem por aí passa. «Achámos que não fazia sentido recuperar e reabilitar o Castelo e a parte norte continuar ao abandono. Por isso é que avançámos para a obra», justifica o presidente da Câmara, Jorge Vala.
A transformação em torno do “Castelo de Princesas”, como é tantas vezes apelidado, já está em andamento e, apesar de não estar totalmente concluída, já é possível observar algumas alterações, a começar pela Fonte do Castelo, que hoje em nada se assemelha à aparência de outros tempos. «Estava completamente abandonada e, inclusive, com alguma degradação provocada pelas pessoas, com graffitis e coisas do género. E nós decidimos recuperá-la pela importância que tem no todo, na história de Porto de Mós e na memória de alguns mitos que foram sendo criados ao longo dos anos», conta. «É uma obra que valoriza o património», frisa. Neste âmbito, revela o autarca, fica apenas a faltar a colocação da sinalética, nomeadamente as «placas indicativas e explicativas», onde constará, por exemplo, a história da Fonte, que apesar de previsto ainda não foi possível concluir.
É precisamente junto à Fonte do Castelo que está uma das novidades que salta mais à vista: passadiços que ligam a Fonte a uma das colinas no qual se encontra o Castelo e cujo o cheiro a madeira nova, ainda bastante evidente, deixa adivinhar a obra recente. Rodeado por majestosos carvalhos, o corredor de madeira oferece uma visão privilegiada para a zona circundante, onde se pode observar, lá em cima o Castelo e do lado oposto um dos maiores símbolos do concelho: um velho moinho de vento. Ao terminar o percurso dos passadiços verificamos a existência da recente zona de estacionamento exclusiva para autocarros e onde no futuro será construída «uma escada de ligação» ao Castelo. «Não fizemos na altura porque havia aqui um parecer da Direção-Regional da Cultura que não coincidia com o processo inicial», justifica.
Com a conclusão deste projeto, Jorge Vala espera que as pessoas possam «fruir de todo aquele espaço», não só do Castelo como também da zona envolvente e, acredita, os turistas ficarão com a sua visita ao Castelo de Porto de Mós «mais complementada». Por outro lado, o autarca lembra que aquando da sua chegada à Câmara encontrou um património municipal «profundamente degradado» e que, por isso a «reabilitação e recuperação do património» foi, desde o início, «a bandeira» deste executivo. «Não faz sentido nenhum continuarmos a tentar fazer novas obras, sejam rotundas, pavilhões ou edifícios, se não olharmos de uma forma muito séria e muito cuidada para o nosso património edificado», defende.