O concelho de Porto de Mós poderá vir a receber dois dos 11 Centros Tecnológicos Especializados (CTE) que estão previstos para a Região de Leiria no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, reforçando assim a qualidade e as condições do ensino profissional ministrado no Instituto Educativo do Juncal (IEJ) e no Agrupamento de Escolas de Porto de Mós (AEPMOS). Ambas as entidades estão a candidatar-se para poderem acolher cada uma o seu CTE e neste projeto têm como parceiros o Município e a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, revelou o presidente da Câmara, Jorge Vala, na última reunião do executivo camarário.
Tanto o IEJ como o AEPM têm vindo a reforçar a sua aposta no ensino profissional tecnológico, «proporcionando percursos formativos diversificados e ajustados quer aos diferentes perfis dos jovens, quer às necessidades de mercado, contribuindo para promover a inclusão e o sucesso educativo de todos», pelo que o Município entende que faz todo o sentido tornar-se seu parceiro neste projeto, tendo sido aprovada, por unanimidade, na última reunião, a assinatura dos respetivos protocolos de colaboração.
De acordo com a minuta dos protocolos a que O Portomosense teve acesso, o IEJ vai-se candidatar a um CTE Industrial. Atualmente, a escola conta com os cursos profissionais de Técnico/a de Manutenção Industrial-Mecatrónica; Técnico/a de Análise Laboratorial; Técnico/a de Produção e Montagem de Moldes, e Técnico/a de Maquinação e Programação CNC.
A parceria a protocolar com o Município deverá passar pela definição articulada de uma estratégia de orientação escolar e profissional; a divulgação do CTE; o estabelecimento de uma rede de transportes que sustente a deslocação dos alunos de e para o estabelecimento de ensino a partir dos seus pontos de residência; a formação contínua de professores/formadores; a manutenção de espaços e/ou equipamentos e o investimento para o upgrade tecnológico.
As responsabilidades do IEJ serão a realização de projetos e eventos, o que envolve a sua planificação, organização, execução e avaliação; a disponibilização de espaços, recursos humanos, equipamentos e materiais, e o envolvimento dos seus formadores e alunos na participação de projetos e eventos promovidos no âmbito do CTE. Por sua vez, ao Município cabe apoiar e colaborar na realização de projetos e eventos; disponibilizar espaços, recursos humanos, equipamentos e materiais sempre que necessário, sem prejudicar a sua própria atividade.
Colaboração do Município é fundamental
O AEPMOS, por seu turno, vai-se candidatar a um Centro Tecnológico Especializado Digital destinado, igualmente, a equipar e robustecer a sua infraestrutura tecnológica, através da modernização de espaços e equipamentos, o que constituirá uma mais-valia para os cursos de Técnico de Multimédia, Técnico Comercial e Técnicos de Vendas e Marketing.
Além dos pontos já enunciados relativos ao IEJ, a colaboração entre o Município e o AEPMOS passará também pela definição de um plano de investimento complementar ao financiamento por fundos europeus em rubricas já definidas; pelo apoio aos alunos do CTE em iguais circunstâncias aos que acedem à ação social escolar, pela disponibilização de pessoal não docente de apoio ao adequado funcionamento do CTE e respetiva formação ao longo da vida; na garantia pelas regras de segurança escolar; na conceção da Carta Educativa tendo em vista a melhor utilização dos recursos educativos no quadro do desenvolvimento demográfico e socioeconómico e alinhamento ao Projeto Educativo do AEPMOS e na procura de financiamento europeu facilitador para a concretização do programa de execução da Carta Educativa face aos desafios da política e metas nacionais e europeias relativas à Escola Verde e Digital.
O protocolo prevê ainda a colaboração do Município, mas agora como entidade empregadora. Nesse âmbito apoiará o AEPMOS na oferta de experiências de trabalho e estágios.
País terá 365 CTE
Os CTE que poderão vir a ser criados no concelho integram uma rede nacional que contará com 365 unidades, num investimento total de 480 milhões de euros, a executar até 2025. Para a Região de Leiria estão previstos 11 CTE, seis em escolas privadas e cinco em escolas públicas. As candidaturas são da responsabilidade e de iniciativa das respetivas escolas.
Segundo o aviso de abertura do concurso, com a criação destes CTE pretende-se «reequipar e robustecer a infraestrutura tecnológica dos estabelecimentos de ensino/escolas com oferta de ensino profissional, através da instalação ou modernização de espaços e equipamentos, amplificando a capacidade instalada dos estabelecimentos de ensino público e privado com oferta de cursos profissionais; reforçar a atratividade das formações de nível secundário de dupla certificação em domínios de especialização que requerem mão-de-obra muito qualificada e se inserem num processo de mutação tecnológica acelerada pelos desafios da transição climática e da transição digital; modernizar a oferta formativa em linha com as evoluções do tecido produtivo, através da criação de centros especializados em áreas tecnológicas com grande potencial na criação de valor acrescentado; aumentar o número de jovens diplomados em ofertas de dupla certificação de nível secundário e pós-secundário não superior, em especial em áreas emergentes; investir no desenvolvimento de qualificações/competências para a inovação e renovação industrial, e melhorar a articulação vertical entre os vários níveis de educação e formação profissional, contribuindo para a aprendizagem ao longo da vida.
Foto | Isidro Bento