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Escoteiros de Mira de Aire completam dois anos

24 Setembro 2023
Isidro Bento

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Isidro Bento

24 Set, 2023

O Grupo de Escoteiros 276 de Mira de Aire conta com dois anos de existência formal e três de atividade, tempo já suficiente, no entender dos seus responsáveis, para um balanço «bastante positivo».

Artur Gomes, Escoteiro-Chefe do 276, saiu de um Agrupamento do Corpo Nacional de Escutas (CNE) para poder fundar um Grupo de Escoteiros (ligados à Associação de Escoteiros de Portugal – AEP, outra das associações escutistas nacionais) e não podia estar mais satisfeito. Ali encontrou tudo aquilo de que sentiu falta nos seis anos em que esteve nos “escutas” e onde era chefe de uma das secções.

A primeira grande diferença de que fala tem a ver com a abertura do escutismo a todos. Apesar de católico praticante, nunca compreendeu nem aceitou que só pudesse ser escuteiro quem fosse católico, «ainda para mais quando Jesus sempre acolheu a todos». Por isso, sente-se mais confortável numa associação onde essa limitação não existe. Além disso, afirma, encontrou também «atividades muito mais aliciantes e desafiadoras e uma maior interligação com outros grupos» e é isso que ele e a sua equipa tentam, agora, proporcionar às crianças e jovens que integram o Grupo 276.

«Por norma, nós saímos mais e fazemos atividades mais radicais [que muitos agrupamentos do CNE]. Todos os dias vamos à serra ou fazemos algo fora da sede, mesmo que esteja a chover», diz o responsável. «Isso é verdade. Eu estou com os mais novos, entre os 6 e os 10 anos, e eles “recusam-se” a ficar na sede mesmo que chova», confirma Andreia Leitão, Sub-chefe do Grupo. À conversa junta-se Leonardo Gomes, membro do clã (a divisão dos caminheiros, os jovens entre os 16/17 anos e 20/21) e antigo escuteiro, que sublinha que em três anos aprendeu «muito mais» e viveu «experiências mais enriquecedoras» que nos seis em que esteve no Agrupamento. O jovem destaca outro aspeto: há mais contacto e muito maior ligação a outros grupos, inclusive a agrupamentos do CNE com quem têm atividades ocasionais.

Enumeradas algumas das principais diferenças entre os escuteiros do CNE e os escoteiros da AEP, os nossos interlocutores voltam ao balanço de três anos de atividade e Artur Gomes reconhece que hoje o Grupo «tem menos elementos» (são atualmente 47), o que se deve «ao facto de não praticar um escutismo fácil». «Alguns miúdos acham que é uma coisa mais de sede, mais de fazer trabalhos manuais e realmente fazemos trabalhos manuais, mas é na serra com paus e argolas grandes para fazermos construções gigantes», diz bem disposto.

Quanto ao trabalho, considera que «já há muito feito, mas escapa ao olhar da maioria porque a preocupação tem sido fazer, ao invés de publicitar que se fez». «A grande motivação do Grupo está no compromisso de honra que assumimos em auxiliar o próximo em todas as circunstâncias, o resto tem uma importância relativa», realça Artur Gomes.

«Ao longo destes três anos procurámos também colaborar com as instituições da freguesia e do concelho. Como temos uma agenda muito intensa e muito poucos chefes, nem sempre é fácil, mas só não ajudamos se de todo não pudermos e, felizmente, o que temos dado, temos recebido de volta», sublinha Andreia Leitão.

Apoios são sempre bem vindos

E quanto ao apoio das entidades oficiais? «No primeiro ano tivemos logo um apoio da Câmara que nos cedeu o espaço da sede (o antigo quartel da GNR). Da Junta já recebemos dois. Não será muito, mas não estou com isto a queixar-me, nós dizemos sim a tudo o que nos dão», responde Artur Gomes, acrescentando que uma das coisas que tem pedido aos dirigentes é que vão fazendo angariações, «porque o Grupo não é rico mas quer que todos os miúdos tenham acesso ao escutismo com o menor encargo possível para os pais e há atividades de vários dias que se tornam dispendiosas, o que obriga aqueles a colaborarem também.

«É claro que gostávamos de ter luz na sede e outras condições, mas somos escoteiros, estamos habituados a viver com o mínimo. Temos água, que é o essencial, o resto vamos melhorando aos poucos. Agora o Leonardo apresentou um projeto para melhorar as casas de banho e vamos ver o que conseguimos fazer. Como também passamos cá muito pouco tempo, há coisas de que não sentimos tanta falta», realça o Escoteiro-Chefe do Grupo 276 de Mira de Aire.

Mais importante que o conforto é a satisfação das pessoas e a união entre todos e a esse nível o Grupo “dá cartas”, considera Andreia Leitão. «Onde quer que estejamos, marcamos a diferença. O grupo é muito unido, todos convivem com todos independentemente da idade que têm e da divisão a que cada um pertence», conclui a dirigente, não sem antes acrescentar algo que diz ser um motivo de orgulho para todos e prova do bom trabalho que vem sendo realizado: «Apesar do Grupo ter sido fundado há apenas dois anos, já temos um dirigente nosso – o Artur – nos órgãos regionais da AEP e isso deixa-nos orgulhosos».

Foto | Grupo de Escoteiros 276

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