Escoteiros instalam-se em antigo quartel da GNR de Mira de Aire

7 Dezembro 2020

Jéssica Silva

O antigo quartel da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Mira de Aire, que já apresentava sinais de «alguma degradação», estará prestes a ganhar uma nova vida. Um grupo de escoteiros que se está a constituir na vila decidiu contactar a Câmara Municipal com o objetivo de pedir o espaço emprestado e o assunto acabou por ser levado a reunião de Câmara. A proposta do executivo de ceder o edifício à associação de escoteiros através de um «contrato de comodato por 20 anos» foi aprovada por unanimidade. Porém, o presidente da Câmara, Jorge Vala, fez questão de acrescentar que «caso as coisas não sejam cumpridas», o protocolo possui uma «série de cláusulas» que permite ao Município rescindir unilateralmente. «Espero que não aconteça», desabafa.

A titularidade do espaço chegou a estar envolta em alguma incerteza e a vereadora da oposição, Anabela Martins, questionou mesmo Jorge Vala sobre esse tema, apesar de admitir que nunca viu «nenhum documento que servisse de base a essa titularidade». «Como mirense, aquilo que nós íamos ouvindo, principalmente através de pessoas já com certa idade, é que havia um testamento em que o edifício tinha sido doado à Junta de Freguesia», afirmou. Em resposta, Jorge Vala começou por reconhecer que existiram algumas dúvidas sobre quem seria o detentor daquele espaço, mas que essas questões foram rapidamente extintas porque «o Município chegou à conclusão de que o espaço lhe pertencia». «Esta cedência foi devidamente falada com a Junta de Freguesia que aceitou de bom grado e que reconhece que a titularidade do edifício é da Câmara», acrescentou.

Após uma visita ao espaço, Jorge Vala garante que o grupo ficou «agradado com o que viu» e admite que está «convicto» de que este vai recuperar o edifício. «Passámos a ter associado à resolução do problema de um edifício degradado, a possibilidade de instalar um grupo que se está a consistir em Mira de Aire. É menos um problema», frisa. A vereadora do PS aproveitou também para perguntar ao executivo se não estava prevista a possibilidade de dar algum apoio ao grupo de escoteiros, na perspetiva de que «se algum dia eles tenham que sair, as benfeitorias ficarão aqui para a casa». O autarca prometeu apoiar «naquilo que puder» porque, nas suas palavras, «a Câmara é uma parte interessada na reabilitação». «Apesar de ficar em regime de comodato, [o edifício] não deixa de ser nosso», concluiu.

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