Isidro Bento

Estamos no bom caminho

30 Abr 2020

Estamos no bom caminho

Autor: | 30 Abr 2020

Nos próximos dias, o país deverá deixar o Estado de Emergência para passar ao de Calamidade, mas isto não significa que a batalha contra a COVID-19 está ganha. Muito longe disso! É, apenas, uma tentativa de voltar à normalidade possível, que será ainda bem diferente daquela que sempre demos por adquirida. Vamos conseguir recuperar um bocadinho da vida que tínhamos, mas agora com preocupações acrescidas em termos da higiene pessoal e dos espaços e pondo em prática aquilo que até há meses parecia um tique de alguns, poucos, maluquinhos, o tal distanciamento social. Em suma, não podemos baixar a guarda! Precisamos de continuar a ter tantos ou mais cuidados e esse esforço terá de ser mesmo de todos.
Olhando para a nossa terra, penso que o sentimento coletivo, até agora, só pode ser de orgulho. Não temos feito tudo bem, alguns de nós, felizmente muito poucos, cometem exageros e falhas incompreensíveis, apesar dos constantes alertas por parte das autoridades de saúde e do próprio Município. Apesar de tudo, os portomosenses têm demonstrado, de um modo geral, possuir um grande sentido de responsabilidade.
Os nossos autarcas têm estado perfeitamente à altura do enorme desafio com que tiveram de se debater quase de um dia para o outro. Sem demérito para os próprios, muito pelo contrário, atrevo-me a dizer que até terão superado largamente as expectativas, numa postura marcada muito mais pela proatividade do que pelo navegar ao sabor da corrente. Disso o melhor exemplo será mesmo o da Câmara, embora entre as Juntas haja também quem desde o primeiro momento procurou cavalgar a onda ao invés de se deixar arrastar por ela, preferindo a ação à reação.
Alguém disse que o Município de Porto de Mós tem sido exemplo para o país. Eu não iria tão longe ou, pelo menos, faria uma ressalva: há outros a fazer tanto como nós, mas muitos são de maior dimensão a vários níveis, podendo jogar com outras armas. De qualquer forma, não restam dúvidas que estamos entre os da linha da frente e o Município está empenhado em aí continuar.
Estamos a trabalhar bastante bem, mas para vencermos este duríssimo combate, é necessário que todos cumpram escrupulosamente as regras. A nível político e autárquico, é imprescindível envolver todos, mas mesmo todos! O executivo camarário é formado por sete elementos, tenham ou não pelouros. As Juntas podem e devem contar com as Assembleias de Freguesia (assim como a Câmara com a Assembleia Municipal). O ideal é pôr toda esta gente a trabalhar ou, pelo menos, mantê-la informada a cada momento daquilo que se passa. Ninguém espera que haja um retrocesso, mas, se por algum motivo, surgir um problema grave, todos serão chamados a assumir as suas responsabilidades e, mais tarde, a prestar contas. É bom que isso seja tido em conta.
As diversas forças partidárias têm mantido também uma postura correta e de convergência na luta contra um inimigo que é comum e assim se espera que continuem porque os portomosenses não iriam entender que interesses políticos de somenos importância se sobrepusessem ao que, de facto, agora interessa. A Democracia não está suspensa mas a prática política exige agora maior responsabilidade e a crítica vã ou o “esticar da corda” em determinadas matérias podem conduzir a tensões e desgastes dispensáveis numa altura em que ainda não sabemos o que o futuro nos reserva e daí a necessidade de mantermos a via aberta para o diálogo de modo a que se for preciso, e esperamos sinceramente que não, as pessoas se possam sentar à mesa, sem reservas, e definir as medidas de fundo necessárias em prol do bem comum.