Estratégico mas demasiado genérico
Há muito prometido, foi, finalmente, apresentado há cerca de um mês o Plano Estratégico de Turismo Sustentável para o concelho de Porto de Mós. Valeu a pena a espera? Bem, partindo do pressuposto que os planos estratégicos, seja em que área for, são sempre importantes, naturalmente que valeu. Se trouxe algo de inesperado, uma coisa em que ainda ninguém tivesse pensado, um apontar de caminho claro e concreto, nem por isso mas, verdade seja dita, se algum dia conseguirmos cumprir metade do que lá está, então, podemos ter a certeza que estaremos mais perto de tornar efetivo o famoso potencial turístico do concelho.
De facto, o Plano com a “chancela” do Politécnico de Leiria, não traz grandes novidades, diz em muitos casos o óbvio, o problema é que muito desse “óbvio” ainda está por fazer e daí que seja muito importante terem sido identificadas e elencadas uma série de medidas que podemos e devemos começar a implementar. Aí levanta-se outro problema: quem o deve fazer?
Há muita coisa que a Câmara pode fazer mas também há muita outra que depende da iniciativa dos privados ou, pelo menos, só terá sucesso se estes se empenharem a sério, se investirem, se inovarem, no fundo, se arriscarem e, salvo as muito honrosas exceções do costume, quer-me parecer que a nível da hotelaria e da restauração, a que podemos juntar a incipiente animação turística, predomina algum conservadorismo em termos de investimento e de inovação. A maioria não será de correr grandes riscos o que em determinada medida se percebe porque o mercado concelhio é pequeno e as margens de lucro já não são as de outros tempos mas, por outro lado, a qualquer negócio está inerente o risco e quem não arrisca nem inova tem muito menos probabilidades de ter sucesso.
Bem, se tivermos em conta as 51 medidas propostas pelo Politécnico, em muitos casos nem sequer estaremos a falar de investimentos avultados ou de inovações de monta, o problema é que são coisas que não aparecem feitas, alguém tem de as fazer. A Câmara pode ser a impulsionadora mas como já referi atrás, não consegue nem pode fazer tudo sozinha. Deve fazer a sua parte mas tentar ao máximo sensibilizar os operadores privados para que façam a sua.
Quanto ao estudo em si, sinceramente esperava mais e de uma forma mais concreta de uma entidade tão prestigiada como o Politécnico de Leiria. Exemplos há muitos mas apontar-se o turismo de natureza, cultural, gastronómico e industrial como os subsetores onde Porto de Mós deve investir sabe a pouco.
Depois de anos a fio, em que da direita à esquerda, só se ouvia falar da necessidade e da vantagem em apostar no turismo de natureza e de aventura, agora o que temos para esta área são propostas muito genéricas e é apenas uma das quatro em que se considera importante investir. O turismo de aventura “caiu, embora em parte até se possa perceber dadas as restrições próprias de uma Área Protegida, e depois temos ali pelo meio o turismo gastronómico e o turismo industrial, esse sim, a única proposta verdadeiramente arrojada.
Refletindo na ideia de ter no turismo gastronómico um produto vendável, alguém já olhou bem para a nossa oferta gastronómica e especialmente à luz do tal elemento diferenciador (com o qual concordo inteiramente)? Onde é que estão os pratos típicos do concelho? Em que restaurantes os podemos encontrar? A forma como os confecionamos é mesmo única ou diferenciadora? Se nada disso está identificado, muito menos assimilado pela própria população, como é que o turismo gastronómico pode representar para o concelho uma mais-valia? Que digam que é uma área onde temos de investir porque para que as pessoas cá fiquem é preciso que tenham sítios para almoçar ou jantar, concordo, mas daí a torná-lo um produto turístico tenho sérias dúvidas.
Em suma, e à falta de um documento mais direcionado, temos aqui uma interessante ferramenta de trabalho, resta agora definir a forma mais eficaz de a utilizar e, como não me canso de sublinhar, isso terá de ser feito juntando poder autárquico e hoteleiros, embora seja necessário o contributo de outros setores.
De facto, o Plano com a “chancela” do Politécnico de Leiria, não traz grandes novidades, diz em muitos casos o óbvio, o problema é que muito desse “óbvio” ainda está por fazer e daí que seja muito importante terem sido identificadas e elencadas uma série de medidas que podemos e devemos começar a implementar. Aí levanta-se outro problema: quem o deve fazer?
Há muita coisa que a Câmara pode fazer mas também há muita outra que depende da iniciativa dos privados ou, pelo menos, só terá sucesso se estes se empenharem a sério, se investirem, se inovarem, no fundo, se arriscarem e, salvo as muito honrosas exceções do costume, quer-me parecer que a nível da hotelaria e da restauração, a que podemos juntar a incipiente animação turística, predomina algum conservadorismo em termos de investimento e de inovação. A maioria não será de correr grandes riscos o que em determinada medida se percebe porque o mercado concelhio é pequeno e as margens de lucro já não são as de outros tempos mas, por outro lado, a qualquer negócio está inerente o risco e quem não arrisca nem inova tem muito menos probabilidades de ter sucesso.
Bem, se tivermos em conta as 51 medidas propostas pelo Politécnico, em muitos casos nem sequer estaremos a falar de investimentos avultados ou de inovações de monta, o problema é que são coisas que não aparecem feitas, alguém tem de as fazer. A Câmara pode ser a impulsionadora mas como já referi atrás, não consegue nem pode fazer tudo sozinha. Deve fazer a sua parte mas tentar ao máximo sensibilizar os operadores privados para que façam a sua.
Quanto ao estudo em si, sinceramente esperava mais e de uma forma mais concreta de uma entidade tão prestigiada como o Politécnico de Leiria. Exemplos há muitos mas apontar-se o turismo de natureza, cultural, gastronómico e industrial como os subsetores onde Porto de Mós deve investir sabe a pouco.
Depois de anos a fio, em que da direita à esquerda, só se ouvia falar da necessidade e da vantagem em apostar no turismo de natureza e de aventura, agora o que temos para esta área são propostas muito genéricas e é apenas uma das quatro em que se considera importante investir. O turismo de aventura “caiu, embora em parte até se possa perceber dadas as restrições próprias de uma Área Protegida, e depois temos ali pelo meio o turismo gastronómico e o turismo industrial, esse sim, a única proposta verdadeiramente arrojada.
Refletindo na ideia de ter no turismo gastronómico um produto vendável, alguém já olhou bem para a nossa oferta gastronómica e especialmente à luz do tal elemento diferenciador (com o qual concordo inteiramente)? Onde é que estão os pratos típicos do concelho? Em que restaurantes os podemos encontrar? A forma como os confecionamos é mesmo única ou diferenciadora? Se nada disso está identificado, muito menos assimilado pela própria população, como é que o turismo gastronómico pode representar para o concelho uma mais-valia? Que digam que é uma área onde temos de investir porque para que as pessoas cá fiquem é preciso que tenham sítios para almoçar ou jantar, concordo, mas daí a torná-lo um produto turístico tenho sérias dúvidas.
Em suma, e à falta de um documento mais direcionado, temos aqui uma interessante ferramenta de trabalho, resta agora definir a forma mais eficaz de a utilizar e, como não me canso de sublinhar, isso terá de ser feito juntando poder autárquico e hoteleiros, embora seja necessário o contributo de outros setores.