Início » Estudo coordenado por Aida Moreira da Silva observa propriedades anticancerígenas na camarinha

Estudo coordenado por Aida Moreira da Silva observa propriedades anticancerígenas na camarinha

24 Julho 2020
Jéssica Moás de Sá

Texto

Partilhar

Jéssica Moás de Sá

24 Jul, 2020

O extrato da camarinha pode ter propriedades anticancerígenas. Esta é uma das conclusões do projeto IDEAS4life (Novos Ingredientes Alimentares de Plantas Marítimas) da Universidade de Coimbra, coordenado pela investigadora portomosense, Aida Moreira da Silva, e por Maria João Barroca. Na nota de imprensa onde foram divulgados os primeiros resultados deste projeto, é explicado que foram desenvolvidas experiências que permitiram concluir que os «extratos de camarinha conseguem inibir a proliferação» de células cancerígenas, tendo a experiência ocorrido em «linhas celulares do cancro do cólon». Um dos aspetos positivos desta descoberta é o facto de se ter comprovado que «o extrato obtido a partir das folhas da camarinheira» é mais «eficaz do que propriamente o extrato das bagas camarinha»: «O que é muito interessante, atendendo a que as folhas existem durante todo o ano, enquanto as bagas são sazonais», esclarecem as investigadoras.

O projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e realizado por uma equipa da Unidade de Investigação e Desenvolvimento de Química-Física Molecular, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, vai continuar e os investigadores pretendem agora realizar testes in vitro, alargando a aplicação do extrato das folhas da camarinha a células de outros tipos de cancro. As investigadoras dizem que é objetivo «recuperar as bagas ancestrais, que eram usadas como antipirético e vermicida».

Em janeiro de 2019, ainda numa fase embrionária do projeto, Ainda Moreira da Silva explicou a O Portomosense que é também uma das apostas desta investigação explorar a vertente gastronómica da camarinha, algo que o comunicado da faculdade voltou agora a reforçar. A investigadora salientava na altura que a camarinha, juntamente com a salicórnia, também incluída nos estudos, poderiam vir a ser «uma mais-valia para a população no futuro» e que era importante «valorizar estes recursos endógenos». Nessa fase inicial de recolha, frisa que, no caso da salicórnia, havia uma parceria com uma empresa pasteleira de renome, para a elaboração de bolachas. Já quanto às camarinhas, havia o «interesse de chefs da parte gourmet de usar a camarinha por si só ou como era usada antigamente, como geleia».

Esta investigação conta também com a participação de investigadores da Escola Superior Agrária de Coimbra, da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, através da Rede de Química e Tecnologia e do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa. O projeto arrancou em julho de 2018 e tem a duração de três anos.

Assinaturas

Torne-se assinante do jornal da sua terra por apenas: Portugal 19€, Europa 34€, Resto do Mundo 39€

Primeira Página

Publicidade

Este espaço pode ser seu.
Publicidade 300px*600px
Half-Page

Em Destaque