Para onde vão, o que fazem, o que faz falta? O Portomosense foi à rua saber o que querem os jovens portomosenses do seu concelho. Aparte a coincidência dos nomes, os Peste & Sida podiam ter cantado no milénio passado algo como: “de Porto de Mós vou fugir, vou ‘pó’ sol da Nazaré”, tamanha é a vontade dos jovens portomosenses de não ficar por cá. É de ouvir Zeca Afonso: “o que faz falta é animar a malta”.
Tomás Pimenta, Juncal, 12º ano
Acho que Porto de Mós peca um bocado pela parte de sair à noite, porque podia ter mais zonas para os estudantes se divertirem aqui e às vezes têm de sair, para Leiria, para a Nazaré, e aqui no concelho temos zonas fixes para fazer isso e queríamos ter isso aqui na zona. [Com os meus amigos] nunca [combinamos] no concelho, às vezes ainda vimos aí à Esplanada, mas fica aberta até à meia-noite e vamos embora. Há
poucas esplanadas e poucos cafés. Eu acho que sim, [é uma situação generalizada], porque acho que a malta jovem está muito nessa fase de querer sair à noite ao invés de ficar em casa. São Pedro podia ser o ano inteiro, que assim a malta juntava-se mais ali em Porto de Mós.
Lara Silva, Corredoura, 12º ano
Acho que há aqui espaços em Porto de Mós que podiam ser mais aproveitados e não são. O cinema, por exemplo, quando a associação de estudantes arranjou aqui algumas sessões, aquilo estava sempre cheio e isso acontece uma vez por ano. Eu não passo as férias aqui, é mais Nazaré ou em casa de alguns amigos, mas propriamente em Porto de Mós não fazemos nada. Só [vou a atividades no concelho] quando há, agora no Festival [Mata D’Aire], mas pouco mais. A verdade é essa [há poucos festivais], o São Pedro atrai imensa gente, e mesmo o Torneio da Vila, por isso é que havia de haver mais iniciativas para juntar mais pessoas.
Tomás Teixeira, Porto de Mós, 11º ano
Dá para mexer em Porto de Mós. Temos piscinas, temos o Parque, temos o Sintético para a gente jogar, que é aberto. Costumo ir para lá, piscinas também. Para sair à noite já não vês tanto, eu acho que desde que houve a COVID-19 que foram cafés a fechar muito cedo, já não se vê tanto aquele convívio que se via antes, Porto de Mós à noite tinha cafés abertos, via-se gente na rua, agora vê-se uma ou duas pessoas. Não digo [que sejam precisos] mais, mas se calhar que fiquem abertos até mais tarde, por exemplo um família que esteja um jantar e se lembre “olha vamos tomar um café” e ter um café aberto. Discotecas, fazer falta não, mas também não é uma coisa que ia estragar Porto de Mós, se calhar até lhe ia dar vida durante a noite. Em Porto de Mós ainda se faz alguma coisa, já, por exemplo, pessoal da serra não tem autocarros para poder vir para aqui. Já combinei muitas vezes com colegas que não puderam vir porque os pais não podiam e eles não tinham autocarro para vir, não passa lá.
Lara Caravela, Andam, 11º ano
Eu vou mais para a praia, não costumo ficar por aqui. Também não tenho grandes planos para este verão, mas em Porto de Mós talvez só as Piscinas [Municipais], há malta que costuma ir para lá. Para vir, apanho boleia com os meus pais, porque de facto não há muitos autocarros para apanhar. Acho que é uma situação geral em todo o concelho, e as pessoas que conheço dizem o mesmo. Fazem falta mais cafés e esplanadas, também senti que durante a pandemia tudo ficou mais vazio. A nível desportivo não sei. Vai ser um verão normal, aproveitar antes de ir para o 12º ano.
Fotos | Bruno Fidalgo Sousa