Exposição itinerante dos 50 anos do 25 de Abril junta mais de 15 artistas de vários pontos do distrito

24 Outubro 2024

Jéssica Silva

«Comemorar o cinquentenário do 25 de Abril através da arte popular, dando a conhecer as obras de arte de artistas que, habitualmente, não são conhecidos» – foi com este objetivo que Telmo Conceição decidiu lançar o repto a diversos artistas populares da região de Leiria (e não só) para que produzissem peças de arte a partir do pensamento “O que é para mim a liberdade?”. O convite foi prontamente aceite e o resultado desse trabalho formou a exposição 25 de Abril de 1974 – Vivências e Memória, uma mostra itinerante que pode ser vista, por estes dias, na sede da Junta de Freguesia do Alqueidão da Serra, e que será inaugurada no próximo dia 5, pelas 15 horas, no Centro de Interpretação das Serras de Aire e Candeeiros (antiga Ecoteca). 

Antes disso, a exposição teve a sua primeira paragem na Central das Artes, em junho, e entretanto já passou por Óbidos, Caldas da Rainha, Batalha, Leiria, Pedrogão Grande e Marinha Grande. Telmo Conceição, o mentor da exposição, explica que esta é uma mostra que não está acabada, encontrando-se, por isso, em «permanente construção». Começou por ter sete peças e atualmente já conta com cerca de 30, de mais de 15 artistas (um dos quais já falecido) de vários pontos do distrito de Leiria e também de Aveiro. «Por onde passa, eu lanço sempre o repto aos artistas populares, locais e não só, que acrescentem mais alguma coisa [à exposição]», explica. 

Para a produção das peças, os artistas recorreram a diversos materiais, como pintura, pedra, ferro e até azulejos. «Cada artista, tem uma maneira, uma forma muito especial de sentir a liberdade», afirma. Por outro lado, a cada peça foi associado um sentimento. «O 25 de Abril foi passado, é presente e será futuro. Nós temos a obrigação de, dia após dia, criarmos as condições para melhorarmos a vida de todos nós, em sociedade», considera. O mentor da exposição revela ainda que a maioria das obras foi feita «após o início das comemorações do cinquentenário» e que há ainda artistas que estão a construir peças para integrarem a exposição.

Telmo Conceição não tem dúvidas de que as características desta exposição – ser «coletiva, abrangente e diversificada» – tornam-na numa «exposição única» que representa «o espírito de Abril». O portomosense, que além de ser o titular da exposição também criou algumas das peças, explica que estas «transmitem um conjunto de sentimentos de um jovem com 16 anos, quando se deu o 25 de Abril», referindo-se a ele próprio. «Esta foi uma exposição pensada para os “Filhos da Liberdade”, aqueles que já nasceram em liberdade», conclui.

Foto | Telmo Conceição

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