
O homenageado com alguns dos seus antigos estagiários (foto: Pedro Pestana)
Fernando Moura, advogado com escritório em Porto de Mós há mais de 30 anos foi alvo de homenagem no passado dia 12. A iniciativa partiu da delegação concelhia da Ordem dos Advogados e reuniu dezenas de pessoas, entre colegas de profissão e outros elementos ligados ao setor da Justiça, bem como amigos e antigos colaboradores do homenageado.
Durante a cerimónia, Raquel Balbino, da direção da delegação, justificou a homenagem «não só pelo facto do doutor Moura ser um colega que exerce há mais de 40 anos, mas também pela sua postura e conduta profissional orientadas por uma trajetória com elevados princípios morais e profissionais». «Pretendemos agradecer-lhe, pois com a sua dedicação honrou o nome da advocacia e serviu de exemplo para nós e para as gerações vindouras», disse a, também, sua antiga estagiária.
Hermínia Martins, que foi durante 30 anos funcionária do advogado contou vários episódios ocorridos durante esse longo período de tempo frisando a amizade que os une bem como às respetivas famílias.
Liliana Fonseca, outra antiga estagiária, referiu que o “patrono” incutira nela «aquilo que é ser advogado e o gosto pela advocacia» e recordou que «os clientes vêm normalmente carregados de problemas» e esperam que os advogados os tranquilizem e lhes dêem soluções «quando eles próprios acham que já não há solução possível» e «o doutor Moura fazia isso muito bem e as pessoas saiam com a confiança de que as ia ajudar, algo fundamental na relação cliente/advogado». A advogada evocou a «personalidade fantástica, a gargalhada fácil e contagiante, aliada a um sentido de humor muito característico», do homenageado e disse ter aprendido com o seu exemplo, valores e princípios que estão nos seus alicerces como advogada e que tenta transmitir aos seus próprios estagiários.
Quem também participou neste jantar foi o bastonário da Ordem dos Advogados, Guilherme Figueiredo, que disse que por todo o percurso de Fernando Moura na advocacia, nomeadamente o ter sido membro do conselho geral dos antigos bastonários Pires de Lima e Rogério Alves, e do conselho Geral de José António Barreiros, e de ter estado à frente da delegação de Porto de Mós da Ordem, não poderia deixar de estar presente nesta homenagem.
Para o responsável, «os momentos de celebração são também momentos de convergência» e, portanto, em vez de falar dos problemas que afetam a classe preferiu enaltecer o melhor que há nela considerando que “no douto Fernando Moura encontramos aquela parte boa de cada um de nós” como a urbanidade no trato entre advogados, «uma coisa que se tem vindo a perder», apesar de continuar a haver quem, como o homenageado, “não corra para zonas movediças e que transportam muitas vezes uma imagem errada da advocacia e dos advogados em geral».
Por último, interveio o próprio Fernando Moura que, bem-disposto, disse ter sido apanhado de surpresa a poucos dias da homenagem e que se lhe tivesse sido dado o direito do contraditório tentaria provar «não ser merecedor da mesma». Por outro lado, confessou, temera que fosse um gesto de reconhecimento de fim de carreira mas como lhe terão garantido que era por ser um dos advogados que mais estagiários teve, lá aceitou porque, de facto, disse, teve sempre o seu escritório «aberto aos mais novos» e procurou acompanhá-los de perto o mais possível, sem nunca lhes dar tarefas que não tivessem qualquer interesse prático.
Recordando alguns episódios da sua vida profissional, Fernando Moura frisou que «no exercício da profissão tem que haver ética e respeito» e que ao fazer-se acompanhar sempre pelos seus estagiários procurou que estes fossem tomando consciência disso mesmo. Outros dos valores evocados como fundamentais foram os da lealdade e do respeito pelo próximo, neste caso por todos aqueles que intervêem na administração da Justiça.