«O bailarico é a essência da festa, sem isso deixa de ser uma festa», defende Marinho Valente, que este ano é o juiz das Festas de Nossa Senhora da Conceição (São Bento). Ao pensar mais uma edição do arraial, «a música popular não podia faltar», assim pensa o responsável e assim pensa «a restante equipa»: «E acredito que toda a gente estará de acordo com isto», diz. Embora os mais jovens tenham, normalmente a partir das 2 horas da manhã, um «momento mais dedicado a eles com o DJ», a verdade é que Marinho Valente considera que «os bailes também são para todas as idades». «Toda a gente associa a música popular e os bailes às festas, acho que ajuda o facto de ser música para dançar», acrescenta ainda o responsável. Entre os que procuram esta música – com tanta portugalidade – estão os emigrantes, que quando regressam a casa «é a tradição que eles querem reviver».
Também José Moura (O “Zé” do famoso duo Zé Café a Guida) foi questionado pelo nosso jornal: Festas de verão ainda são sinónimo de música popular e um requisito essencial? O artista do concelho, com agenda preenchida em vários palcos, garante que «sim, sem dúvida» que as festas de verão são sinónimo de baile. «Se não fosse o baile não havia festa, ou pelo menos não ia tanto pessoal, acredito eu. Diria que continua a ser o ex-líbris de uma festa», frisa. «Para ouvir, se calhar as pessoas gostam de outro tipo de música, mas para dançar, para estar na festa, é música popular, mesmo quem não dança, mexe sempre o pezinho», diz ainda. Apesar de considerar que esta é, ainda assim, uma realidade para as «pessoas com mais idade», também vê muitos jovens a dançar nos seus bailes. «O baile é um conceito para todos, dantes os jovens não dançavam, agora começam outra vez a dançar, é por fases», explica. Durante dois anos, muitos artistas estiveram privados de levar esta mesma música às pessoas, por conta da pandemia de covid-19, mas agora tudo está recomposto: «Graças a Deus voltamos a ter trabalho e somos procurados para muitas festas, nós, Zé Café e Guida, e os nossos colegas », sublinhou também José Moura.
Outro artista, Emanuel, bem conhecido do público, cantava assim: «Dançar em Portugal/Nas Romarias de Verão/É o que a mocidade quer (…) Rapaziada vamos dançar/E encostar, encostar devagarinho/Porque a dançar/Ninguém leva a mal/E é tudo normal/Se for com juizinho». Pelas muitas festas em todas as terras deste concelho e não só, que se continue a perguntar: rapaziada, vamos dançar?