O Rancho Folclórico das Pedreiras organizou, no passado dia 3 de setembro, o seu XXXVIII Festival Nacional de Folclore. O certame decorreu junto ao Salão Paroquial da aldeia e contou com a participação, além do anfitrião, de dois agrupamentos de folclore, que foram recebidos durante a tarde pelo presidente da Junta de Freguesia, Pedro Pragosa, mas também por representantes da Federação do Folclore Português e da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura. Todos eles aproveitaram para, durante o jantar, cantar os parabéns ao grupo, que celebrara o seu 44.º aniversário na véspera.
Ainda antes das atuações, programadas para as 21h30, teve lugar um curto desfile etnográfico. O rancho anfitrião abriu a sessão com a tradicional «valsa a dois passos», dando ainda tempo para homenagear os membros do grupo que, neste ano e nos dois anos anteriores («porque foram adiadas as entregas das medalhas» durante a pandemia) completaram 10, 20 e 40 anos «de rancho».
De seguida, foi a vez do Grupo Folclórico Etnográfico de S. Pedro de Paus, em Resende, subir a palco, dando depois lugar ao Rancho Folclórico de Viegas, de Alcanede, perante uma plateia bem composta, que foi perdendo espectadores ao longo da noite. O concertinista Nélson Martins encerrou o certame, após as atuações, já a casa estava mais vazia.
Grupo Folclórico Etnográfico de S. Pedro de Paus (Resende)
Rancho Folclórico de Viegas (Alcanede)
Para a presidente do Rancho Folclórico das Pedreiras, Fátima Amado, a presença de apenas dois grupos convidados (em 2019 foram quatro) «é muito boa na mesma». Fátima Amado explica que durante a pandemia «não tinha pessoas para ensaiar» e a ideia era não realizar o festival este ano. No entanto, diz, durante as festas de São Pedro, onde o grupo também atuou, «houve muitas pessoas a dizer que tinham saudades». Assim, e uma vez mais, decidiram organizar o festival, «em pouco mais de um mês e meio», o que Fátima Amado considera ser «uma grande vitória».
E se foi o São Pedro e a atividade gerada pela tasquinha que o grupo gere anualmente nas Festas a «reativar» o grupo, foi também esse evento e o seu tema deste ano, O Nosso Património, que motivou a decoração do festival. Com o coreto real logo ali ao lado, Fátima Amado explicou que, este ano, para a decoração da tasca, um dos membros do grupo, Armando Duarte, construiu uma réplica do mesmo em madeira. A peça foi reaproveitada agora para o festival e motivou o tema: A feira dos 13, uma antiga feira franca que ali, no adro da antiga igreja, decorreu durante anos. Assim, a organização enfeitou o palco não só com o coreto, mas também com «uns coelhinhos e umas galinhas vivas», além de réplicas de outros animais e alimentos que eram vendidos no tradicional mercado.
Este festival marcou também o término da atividade folclórica do grupo em 2022, mas, recorda Fátima Amado, está marcada para «dia 5 de novembro uma noite de fados que já está em andamento». Quando questionada se, para o ano, o rancho pretende, à semelhança do que ocorria antes da pandemia, alternar os festivais nacionais com os internacionais e, assim, organizar um certame onde seriam convidados grupos estrangeiros, Fátima Amado explica que essas são as expectativas do coletivo, «mas que agora tem de ser com mais calma». A continuação do festival, no entanto, não se coloca em questão: «Eu queria que isto nunca acabasse», completa a presidente, «e por isso tento todos os dias que os meus jovens gostem, acreditem e sintam que isto partiu de tudo aquilo que nós somos».