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Fios produzidos em Mira de Aire chegam aos cinco cantos do mundo

6 Julho 2020
Jéssica Silva

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Jéssica Silva

6 Jul, 2020

Em finais dos anos 1970, altura em que a indústria têxtil de Mira de Aire era uma das mais importantes da região, Manuel Delfim Rosário sentiu que estava na altura de dar o próximo passo no seu percurso profissional, depois de anos de experiência como tintureiro. Assim, ao lado da esposa, Conceição Rosário, também ela familiarizada com esse setor, decidiram arriscar e embarcar na aventura de criar um negócio próprio: a Tinturaria Rosários4. Pouco tempo mais tarde, à arte de tingir fios, juntou-se a fiação, por ambição do seu fundador.

O nome Rosários4 foi concebido em alusão aos quatro filhos, dois dos quais deram seguimento ao projeto familiar. Hoje é a eles que compete a gestão da empresa, juntamente com os pais. Isolda Rosário foi uma das que decidiu enveredar por esta área. Desde 1987 que se dedica à empresa e é com base na sua já vasta experiência que constata que muita coisa mudou durante esse período. «O mercado hoje tem uma exigência completamente diferente da que tinha há 20 ou 30 anos. É muito importante acompanhar as tendências», sublinha. A preocupação com a sustentabilidade ambiental é uma delas e que já lhes valeu várias certificações, a mais recente em produtos orgânicos. «Cada vez mais o consumidor procura produtos ecológicos», garante. Para terem a certeza que não há qualquer tipo de contaminação, todo o processo da fibra «é acompanhado desde o início, de forma natural, até chegar ao consumidor final».

O que começou por ser uma tinturaria situada em plena serra, é hoje uma empresa especializada no fabrico e tingimento de fios para tricô, croché e Arraiolos e que exporta para os cinco continentes. «O nosso mercado é o mundo», afirma a responsável. A longevidade da Rosários4, que já vai na segunda geração, é um fator que, por vezes, acarreta alguns desafios. «Depois de tantos anos no mercado, não é fácil estar sempre a criar produtos novos e que surpreendam os clientes de forma contínua», refere, garantindo que, mesmo assim, até ao momento têm-no conseguido. Outra das dificuldades, segundo Isolda Rosário, é a localização da empresa que dista dos centros tecnológicos, tornando a formação dos trabalhadores mais complicada mas que ainda assim, é feita de forma frequente.

Para Isolda Rosário «hoje em dia não existem segredos [para o sucesso]», contudo há um fator que para si é de extrema relevância: a relação com os funcionários. «É importante que as pessoas que fazem parte da nossa equipa se sintam bem e motivadas», frisa. Na sua perspetiva, esse é um ponto fundamental, com consequência direta naquilo que será o produto final e a satisfação do cliente. «Nós trabalhamos com um produto de emoções e é importante que o produto que chegue ao nosso cliente o deixe feliz», refere.

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