O objetivo futuro é alargar esta vontade de encontrar as memórias empacotadas em casa a todos os portomosenses, até porque, frisa Luísa Machado, em todas as fotografias «há mais uma informação, mais uma diferença» em relação ao que já se sabia do concelho, das ruas ou dos edifícios, o que permite, cada vez mais, datar tudo de forma fiel. Começar por esta família teve um propósito: «Pensei que seria bom abordar primeiro esta família de forma a sensibilizá-la na salvaguarda deste património que encontrar aqui na casa, que ao ceder ao museu, está a ceder também ao arquivo digital», frisa a diretora. Para quem herdou foi também um exercício interessante: «Com a continuidade da família, estas fotografias poderiam acabar por se perder e assim, através do contacto com as imagens, ao procurar e perguntar a outros familiares quem são as pessoas e quais são os locais, eles próprios se ligam mais à família», acrescenta a diretora.
«Não são apenas imagens, é mais do que isso. Quando as pessoas dão de caras com estas fotografias, recordam também as suas memórias. Contam-nos que foi o pai que esculpiu determinada coisa, admitem que já não se lembravam de certos sítios daquela forma, é muito giro», salienta Luísa Machado. Até agora o apelo feito à população tem corrido bem: «Queremos chegar às pessoas, fizemos o pedido para a partilha de fotografias antigas e temos tido boa recetividade por parte dos portomosenses», refere.
Descubra as diferenças…
Entre as várias fotografias que todos podem ver no Museu Municipal, escolhemos três para fazer um exercício do “antes e agora”. Para os mais velhos, as memórias destes sítios, como eram antigamente, podem ainda estar bem vivas, mas para as gerações mais novas estas podem ser imagens completamente novas. As legendas das fotografias antigas são as mesmas que pode encontrar na exposição Memória Fotográfica de Porto de Mós.
Vista Avenida da Liberdade (1963 vs 2021)
Capela de São Jorge (anos 30 vs 2021)
Central Termoelétrica (anos 40/50 vs 2021)