Manuel Jorge Duarte dedicou uma vida à agricultura e almanaque sempre foi um “aliado”
Aos 90 anos, não falta lucidez a Manuel Jorge Duarte, reformado agricultor, residente em Covão do Sabugueiro, São Bento, que desde 1970 (portanto, há mais de meio século), compra o Borda d’Água. A ideia é não esquecer os ensinamentos que já lhe haviam sido passados pelo pai e que continua a encontrar neste almanaque onde, ano após ano, são apresentados prognósticos, conselhos, provérbios, mezinhas, previsões meteorológicos, informações sobre as marés, entre muitas outras coisas úteis para quem, como Manuel Jorge Duarte, dedicaram ou dedicam a vida ao cultivo da terra.
Se não lhe falta lucidez, também continuam a não faltar-lhe as forças para ajudar a família na produção agrícola. «Semeio as batatas e as hortaliças para comermos», diz. Nas suas «experiências agrícolas», como exprime, vem a comprovar como «certas e verdadeiras mais de 90%» das referências que lê no Borda d’Água: «E por isso não é preciso meter químicos» nas culturas agrícolas que faz, por semeá-las no tempo certo. O Borda d’Água é sobretudo mais útil «a partir do último trimestre do ano». Desde que começou a comprar, acredita, a qualidade não se alterou muito, sobretudo naquilo que mais lhe interessa: «Tem as informações de qual a melhor altura para semear as culturas e colhê-las de acordo com as luas».
Hoje em dia já é a família que lhe compra o Borda d’Água, embora Manuel Jorge Duarte continue a ser uma pessoa muito ativa, tem um problema de saúde que o limita, uma surdez bastante significativa. Ainda assim, isso não o demove a nada e este texto é exemplo disso. Para O Portomosense realizar este trabalho contou com a “boa vontade” da filha de Manuel Jorge Duarte a quem demos as perguntas por escrito, perguntas essas que passou dessa forma ao pai. E foi por escrito também que o sambentonense nonagenário nos respondeu.