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Iluminação pública a “meio gás” no concelho de Porto de Mós poupa 30% em consumo de energia

9 Janeiro 2023
Isidro Bento

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Isidro Bento

9 Jan, 2023

A diminuição do período de horas de funcionamento da iluminação pública no concelho de Porto de Mós os constrangimentos daí resultantes voltaram a ser tema abordado pelos autarcas locais. Desta vez, foi Cristina Rosa, do PS, que levou o assunto à última Assembleia Municipal. A deputada municipal socialista começou por dizer que «todos sabemos que devemos reduzir os nossos gastos energéticos por um bem comum», no entanto, segundo ela, «à exceção da vila [de Porto de Mós], em todo o resto do concelho é desligada a iluminação durante um período da noite» e, «como sabemos, o sol nasce agora bastante mais tarde e antes das sete da manhã é difícil ver-se».

Perante esta situação, diz Cristina Rosa, «temos recebido contestação por parte de alguns munícipes, nomeadamente aqueles cujas profissões os obrigam a levantarem-se mais cedo da cama e estarem a trabalhar também mais cedo, como é o caso dos padeiros. Alguns têm mostrado o seu descontentamento e há quem faça a distribuição em aldeias de concelhos diferentes (como Alcobaça e Leiria) separadas, por vezes, por 20 metros, das de Porto de Mós e diga que, ali, esta situação não ocorre».

No entender, da deputada do PS, o facto da iluminação pública estar agora ligada várias horas a menos do que era hábito pode também “facilitar” a ocorrência de acidentes rodoviários: «Durante a noite se não houver estrelas é muito difícil conduzir e ver muito antes de chegar a ela uma pessoa que circule a pé mesmo que leve colete refletor», refere.

Depois de recordar que «a iluminação pública existe porque há várias décadas ou mais se provou ser necessária para as comunidades», Cristina Rosa questionou o presidente da Câmara «se já tem a noção de qual foi a redução dos custos de energia desde que este procedimento foi adotado, e se não haverá soluções alternativas que se possam conjugar» de forma a poupar, mas de uma outra forma. E «como todos os procedimentos podem ser sujeitos a alteração», sugeriu que este fosse revisto. No seu entender, colocar as lâmpadas «a acender de forma alternada» era uma das soluções possíveis, ao invés de haver horas em que simplesmente a iluminação pública está desligada.

Na resposta à deputada do PS, o presidente da Câmara, Jorge Vala, disse que «os municípios tomaram as medidas que entenderam. Alguns, como o nosso, outros, nem tanto» e que a hipótese de «desligar lâmpada sim, lâmpada não», foi equacionada mas que a opção acabou por não ser essa, até porque «já houve no concelho uma situação idêntica que gerou muita polémica porque a iluminação pública é, de facto, para servir quem anda pelas ruas e estradas, mas também é vista por muitos com a função de iluminar o quintal ou a porta de sua casa e, nessa medida, as pessoas não entendem com facilidade o facto da porta do vizinho estar iluminada e a sua não». Portanto, afirmou o autarca, «a opção foi muito concertada, nomeadamente com os presidentes de Junta», e «foi esta e muito bem, porque temos uma redução de consumo em 30% e essa redução é muito significativa nas contas do Município». «Tivemos um custo de energia em 2022, de quase um milhão de euros e, se lhe juntarmos o gás e o aumento dos combustíveis, passou mesmo um milhão, o que é um aumento muito grande e voltamos ao mesmo: para pormos ali, temos de tirar de outro lado», afirmou o autarca.

Jorge Vala disse ainda que «é mentira que Porto de Mós esteja iluminado». «A iluminação pública acende-se, neste momento, às seis horas ou até antes e desliga uma hora e meia antes do nascer do sol mas não há exceções» referiu. Num “aparte”, Cristina Rosa, admitiu que não costuma vir a Porto de Mós a essas horas mas que tratando-se da sede de concelho não a «indignava» que tivesse um tratamento excecional, mas que o importante era ter o sistema a funcionar até a uma hora mais próxima do nascer do sol, ao que Vala respondeu: «A mim indignava, não me parecia bem».

O presidente da Câmara admitiu, contudo, que o desejo da deputada faz sentido mas que «a EDP não aceitou o pedido», argumentando que «não tem condições técnicas para o fazer». «O pedido que nós fizemos [para que a iluminação pública estivesse desligada] foi para o período entre a uma e as três da manhã, só que eles não aceitam e nós não podemos fazer nada. Foi uma sugestão dos senhores presidentes de Junta, mas a EDP não aceita», concluiu.

Foto | Jéssica Moás de Sá

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