No início da semana passada, dia 26 de setembro, foram inauguradas as obras de requalificação da encosta norte do Castelo de Porto de Mós, que englobaram a recuperação da fonte «emblemática» do Castelo, a construção do passadiço, que permite a ligação direta ao espaço do Castelo e a criação de uma zona de estacionamento. No total, a intervenção teve um custo de 270 mil euros.
Na cerimónia de inauguração, o presidente de Junta de Freguesia de Porto de Mós, Manuel Barroso, começou por expressar a sua satisfação pelas intervenções feitas e já aprovadas pela população, «que tem vindo a demonstrar o seu agrado». O autarca parabenizou ainda o presidente da Câmara, Jorge Vala, por cumprir com a sua palavra, concretizando a obra que «o Castelo merecia».
A requalificação foi desenvolvida em duas fases. «Numa primeira fase foi recuperada a Fonte do Castelo», que «estava abandonada, grafitada e invisível com tantas silvas, e ninguém lhe dava importância», avançou Jorge Vala. Inicialmente seria a única obra a realizar, no entanto e «e em conversa com a Direção Regional de Cultura do Centro decidiu-se avançar com a restante reabilitação do espaço», esclareceu.
Autorizações dadas, seguiu-se para a segunda fase do projeto: «O acesso e a ligação direta ao espaço do Castelo», com a construção dos passadiços, explicou. Jorge Vala considera esta uma obra «muito importante, por dignificar o património edificado, promovendo a sua conservação» e dando ainda a conhecer aos visitantes «a possibilidade de aceder a toda a História, não apenas do Castelo, mas de toda a sua envolvência», sublinhou. «Reabilitação» é uma das palavras de ordem «do nosso diário», reforçou o presidente que acrescenta ainda não fazer sentido «construírem-se novas obras e ter património completamente degradado e devoluto». Assim, passado um ano a promessa feita pelo autarca foi cumprida e a obra da encosta norte do castelo está concluída e pronta a ser visitada.
No final da cerimónia, O Portomosense esteve à conversa com os arquitetos responsáveis pelo projeto, Hugo Alves e Rita Matias, que explicaram o que foi feito naquele espaço, que, com a intervenção, «passa a ficar mais ligado ao centro da vila». O arquiteto aponta que o objetivo principal «foi valorizar aquilo que existia e que estava completamente negligenciado». Isso mesmo acabou por acontecer com a Fonte do Castelo. Ao quererem substituir as lajes de betão que ladeavam a fonte, perceberam que, por baixo, existia o pavimento original que foi, assim, mantido.
Os arquitetos procuraram soluções que «permitissem uma acessibilidade segura e de acordo com a legislação em vigor», promovendo ainda o «passeio ao longo de um percurso de contemplação marcado pela «mancha de carvalho cerquinho», e pela sinalética que «dá a conhecer os valores patrimoniais e históricos existentes no espaço», avançou. Todo «o trabalho de restauro foi acompanhado por uma equipa de arqueólogos no sentido de preservar, respeitando os materiais e as técnicas originais», referiu Rita Matias.
Para a população esta obra «tem um valor cultural e histórico, e esta é uma maneira de dar continuidade ao valor emocional e a esse legado cultural que faz parte da História de Porto de Mós e que assim fica acessível a todos», acredita a arquiteta, referindo ainda que com esta intervenção «não existe apenas um percurso e passam a existir vários pontos, agora unidos e mais ligados ao centro da vila», reforçou.
Fotos | Rita Santos Batista