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Janeiras “pós-pandemia” voltam a ser o que sempre foram

6 Fevereiro 2023
Isidro Bento

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Isidro Bento

6 Fev, 2023

“A tradição ainda é o que era” ou “Quem sabe, nunca esquece” são ditos populares que bem podem servir de resumo às Janeiras de 2023, em Mira de Aire. Quase 30 anos depois da primeira edição, as Janeiras de Mira de Aire continuam bem vivas e o “ritual” base repete-se ano após ano e sempre com mesmo sucesso. Nestes últimos dois uma pandemia mudou as vidas do avesso mas, mesmo assim, as Janeiras, sem perderem a sua essência, souberam adaptar-se e reinventar-se.

«Uma noite fresca como só Janeiro sabe oferecer, mas calorosa cheia de abraços e sorrisos, onde a tradição se cumpriu, a entrega e receção da nossa comunidade foi ao mais alto nível e a partilha vai continuar durante todo este ano que é o nosso de 1983. Como membro do grupo e mirense de gema, afastada fisicamente, mas de coração cheio agradeço todo o carinho e atenção… Gratidão!»
Andreia Fernandes (emigrada na Bélgica)

Este ano, já foi possível voltar ao modelo pré-COVID e, de facto, a lição, apesar deste longo e complicado “intervalo”, mostrou-se bem estudada, cada um, organização e público, cumpriu na íntegra o papel que lhe cabia naquele que é, sem dúvida, um dos momentos de maior união e festa entre os mirenses.

«O amor pela tradição é um sentimento que já nasce com o verdadeiro mirense.»
Bruno Pinto (emigrado em França)

Fez-se e viveu-se festa até altas horas da madrugada, uma festa intergeracional que passou por alguns dos pontos principais da vila sem esquecer o Covão da Carvalha, e sempre bem alimentada pela generosidade popular e com o acompanhamento, entre outras, da célebre ginjinha. Esta é uma festa, sublinhe-se, de mirenses mas também cada vez mais de mirenses com forasteiros, sejam eles do concelho ou de outras zonas do país. Este ano, segundo nos garantiram, houve gente de vários pontos, desde os distritos de Lisboa a Coimbra passando por Santarém e até Alentejo. A maioria chegou pela mão de amigos, outros por sua própria iniciativa para conhecer uma tradição que já há muito é falada fora das fronteiras concelhias.

«Apesar de não ser natural de Mira de Aire, para mim foi uma noite inesquecível com bastante significado, que vai ficar para sempre na minha memória!»
Noé Soares (natural de Alvados a viver há vários anos em Mira de Aire)

Em declarações a O Portomosense, Susana Reis, um dos elementos dos Quarentões de 83, o grupo responsável pela organização das Festas de Nossa Senhora do Amparo, em Mira de Aire, e, por via disso, pelas Janeiras 2023, faz «um balanço muito positivo» desta primeira atividade do ano. «Reunimos a população, caminhámos pelas ruas e cantámos. As Janeiras duraram até às cinco da manhã. A alegria foi contagiante e mobilizámos toda a população para este evento que envolve pessoas de todas as idades», descreve, realçando um pormenor que diz bem do sentir mirense: as capas dos Quarentões de 1983/2023 foram confecionadas por uma empresa local, «onde o tear emerge como símbolo do trabalho mirense e da confeção de mantas que sempre marcou a indústria de Mira de Aire».

«Paixão mirense é o que me move, as Janeiras são esse marco! Associar o ser quarentão a este evento é mágico! É arrepiante ver a comunidade reunida, a tradição a emergir e a partilha a acontecer.»
Susana Reis (natural de Mira de Aire)

«Vemo-nos no Carnaval, com uma noite carnavalesca na Discoteca D. Papagaio e com o já tradicional desfile pelas ruas de Mira de Aire. Tudo isto em parceria com a Associação Mata Jovem», conclui Susana Reis, em jeito de convite.

Fotos | Isidro Bento

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