José Costa que, com João Matias e Artur Vieira, foi um dos fundadores de O Portomosense, faleceu este domingo, 7 de junho, na sua residência em Porto de Mós, aos 85 anos de idade. Vai ser sepultado hoje, dia 8, pelas 17 horas, no Cemitério Velho, em Porto de Mós.
Casado com Teresa Bento Martins Vieira da Costa, é pai de Joaquim António Martins Costa e de Isabel Alexandra Martins Costa.
José Luiz Vieira da Costa, teve toda uma vida dedicada aos negócios mas nunca descurou a participação cívica nem a ação benemérita. O conhecido empresário portomosense, enquanto promotor nas áreas da construção civil e do imobiliário, foi o responsável pela construção dos primeiros prédios da Avenida de Santo António, em Porto de Mós, bem como vários outros na vila e não só. Fez parte da gerência de uma empresa na área da transformação da pedra e foi um dos promotores das zonas industriais privadas. Destacou-se, ainda, na área do comércio, nomeadamente através da conhecida firma Narciso Alves.
Teve também um papel importante no movimento associativo local, tendo sido o primeiro presidente da Associação Desportiva Portomosense, e feito parte das direções dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós e da Santa Casa da Misericórdia. Como benemérito colaborou com as mais diversas entidades e agremiações locais e apoiou sempre de forma ativa e generosa as iniciativas promovidas pela paróquia de Porto de Mós.
O Portomosense e a Rádio Dom Fuas apresentam à sua esposa, filhos e restante família, sentidos pêsames e, em jeito de homenagem, reproduzimos o trabalho que, por ocasião da nossa edição n.º 900, o teve como protagonista principal, enquanto um dos três fundadores deste jornal, à data, o único que ainda permanecia entre nós.
Testemunho do único fundador vivo
Quando se assinala uma data especial, como esta edição 900 de O Portomosense, é importante recuar ao início, para se compreender o percurso traçado. Por isso, nesta edição, fomos conhecer os pormenores da fundação do jornal. José Luiz Vieira Costa é o único fundador vivo, entre três, que há mais de 36 anos uniram esforços para trazer ao concelho um meio de comunicação. A ideia inicial, contou-nos o fundador, partiu do «senhor João Matias, que tinha feito parte de outro jornal, O Século, e que quando se reformou regressou a Porto de Mós». O concelho já tinha tido, «muitos anos antes», um jornal com o «mesmo nome» que acabou por se extinguir e foi para colmatar essa lacuna que «João Matias pensou em criar o jornal».
O fundador explicou que, depois, foi-lhe feito «o convite para integrar o jornal, assim como ao senhor Artur Vieira» e ambos aceitaram. A principal missão «era partilhar notícias com os portomosenses e com os emigrantes e dar a conhecer Porto de Mós» e José Costa considera que esse papel foi «sempre bem cumprido».
A evolução do jornal foi feita «pouco a pouco». Nos primeiros dois anos, foi o fundador que emprestou «uma casa» que servia de redação, enquanto o jornal não teve financiamento para investir num espaço. Os leitores foram conquistados de forma gradual, «porta a porta». José Costa conta ainda que quando enviava o jornal para «amigos no Brasil e nos Estados Unidos», pedia sempre que eles lhe enviassem «nomes de portomosenses emigrados» para poder «arranjar mais clientes». Os emigrantes «foram sempre os melhores clientes e enviavam muitas cartas a dizer que o jornal foi a melhor coisa que se criou», partilhou o fundador.
José Costa acredita que o jornal «tem evoluído» e que «a missão inicial continua a ser cumprida».