É o clima «amigável e relaxado» que o jovem alemão Jakob Wolf mais destaca nas duas semanas em que estagiou no Instituto Educativo do Juncal (IEJ), em comparação com a escola germânica onde estudou toda a sua vida, a Bischöfliche Canisiusschule Ahaus. O jovem de 18 anos terminou o Ensino Secundário no ano passado e está este ano letivo a concretizar um gap year, antes de escolher o seu rumo no Superior. A Educação é uma forte possibilidade, como explicou ao nosso jornal, já que a experiência de duas semanas que está a ter no Juncal, onde dinamizou algumas aulas de inglês, alemão ou história, correu «muito bem».
A verdade é que Jakob Wolf já fez perto de 10 estágios de curta duração, num banco, numa carpintaria, no setor tecnológico. Tudo isto, lá está, em terras germânicas. Em Portugal é o primeiro estágio, além de ser a primeira visita. A oportunidade surgiu e Jakob Wolf não hesitou. Esteve duas semanas como estagiário da professora Liliana Gomes, responsável pelo projeto Erasmus+ (uma parceria que o IEJ já tem há mais de dez anos), e chegou inclusivamente a dar uma aula “a solo” – «e não pareceu trabalho», afiança.
Jakob Wolf até já tinha tido alguma experiência no que toca a intercâmbios escolares – mas do outro lado. Em 2019 acolheu na sua escola uma agora ex-aluna do IEJ, que lhe cedeu casa para estas duas semanas e cuja família foi bastante «prestável» durante todo o processo. Visitou e destacou Fátima e Leiria (o castelo de Porto de Mós estava fechado quando tentou visitá-lo), a grande diferença entre a citadina região de Ahaus e esta nossa região e a Educação de um modo geral: «Eu diria que [o IEJ] é diferente de uma escola alemã. Por exemplo, na Alemanha dirigimo-nos aos professores apenas pelo último nome, e o professor é uma figura muito respeitada, portanto normalmente não falamos com eles como se fossem amigos. Em Portugal os estudantes têm uma conexão diferente com os professores», explica. Não consegue dizer qual gosta mais, mas admite que o clima aqui é «amigável, relaxado e uma boa maneira de aprender». Quando passa nos corredores, os alunos cumprimentam-no efusivamente. Quando a professora responsável, Liliana Gomes, entra na sala de aula sem ele, todos perguntam: “Onde está o Jakob?”.
Erasmus, Grow, CLIL
A presença do jovem alemão permitiu também ao instituto de ensino colocar novamente em prática a metodologia CLIL – Content and Language Integrated Learning, ou, traduzido livremente, Ensino Integrado de Conteúdo e Linguagem. O que acontece principalmente no Projeto Grow, mas também em muitas outras disciplinas, da escola primária ao 9.º ano de escolaridade. O que é que acontece realmente? Segundo Liliana Gomes, «pelo menos uma vez por semana, os professores de Inglês dão uma aula em conjunto com o professor da disciplina. O tópico que ia ser discutido é discutido em inglês. [Assim] os alunos têm mais horas de inglês por semana, e de uma maneira mais natural, para que possam aprender significados menos óbvios e vocabulário específico da disciplina».
De acordo com a responsável, a experiência foi ótima não só para Jakob, mas também para «a comunidade escolar». Os estudantes puderam falar com ele sobre «as diferenças entre escolas, na cultura, e ele também ensinou algum alemão iniciante aos alunos do 6.º ano, que vão ter de escolher para o ano qual a segunda língua estrangeira que irão aprender». E, garante Liliana Gomes, essas conversas podem mesmo motivar os jovens a escolher a disciplina no próximo ano letivo.