«Uma experiência fixe», com muitas novidades, «regras mais complexas» e muito diferente da seleção distrital, onde já tinha atuado. Afinal, «as coisas mudam e é muito mais rigoroso». É assim que descreve a jovem Mara Durão a sua passagem pelo Estágio de Preparação da Seleção Nacional sub-17 Feminina, que decorreu entre os dias 20 e 23 de novembro, na Cidade do Futebol.
A futebolista, natural da Marinha da Mendiga, foi chamada pela primeira vez a defender as cores da seleção, tendo integrado o lote de 22 convocadas pelo técnico Carlos Sacadura, e a sua prestação já viu frutos: nova convocatória, desta vez para um estágio de três dias no Luso, que começou segunda feira e terminou na quarta-feira, 6 de dezembro.
A conclusão desta estreia nas lides da seleção é positiva: «Eu acho que fiz tudo o que consegui, tentei mostrar o que sou, a minha qualidade e acho que correu bem, tive aspetos positivos que eles gostaram, acho eu», explica a jovem ao nosso jornal.
Durante o primeiro estágio, participou ainda nos dois jogos de preparação que o conjunto luso realizou com o Canadá («duas seleções muito equilibradas», diz, com ambos os encontros a terminarem 2-0, uma vitória para cada lado), num deles enquanto titular – e a jogar a extremo, ao invés de ocupar o seu espaço habitual no meio-campo. «Eu jogo no meio-campo, só que provavelmente quando a seleção me foi observar para ser chamada, eles viram que eu também jogava a extremo e como na seleção havia muitas médios-centro, optaram por ter mais uma extremo do que mais uma médio».
Sobre a experiência “fora das quatro linhas”, revela-nos que «estava um bocado com medo» quando lá chegou, «porque não conhecia ninguém», mas que foi muito bem integrada pelas colegas de seleção.
Desde os três anos com a bola nos pés
Mara Durão descreve-se como uma atleta com muita «garra a disputar os lances». A fórmula é simples: «Nunca dar por perdida uma bola, nunca desistir, ir sempre à procura de mais e tentar fazer o melhor que consigo», conta-nos.
Agora, finda a experiência, promete mais garra e dedicação para o continuar da época, com as equipas de sub-19 e seniores do Vasco da Gama (Fátima), clube onde joga desde a temporada 2020/2021, sendo que só na passada época é que começou a integrar o plantel sénior, na altura, ainda com 15 anos.
Em 2023/2024, leva seis jogos e três golos com o plantel principal do clube e realizou ainda três partidas com a equipa de sub-19. O Vasco da Gama é, aliás, o terceiro emblema que Mara Durão leva ao peito em nove épocas no desporto. Começou «a jogar para aí aos três anos, futsal», na Mendiga, fruto da insistência da professora de então, que a via “jogar à bola” no recreio, e porque, já que assistia a todos os treinos do
irmão mais velho, o treinador deste acabou por a chamar a «experimentar». As limitações etárias e de género “empurraram-na” contudo para fora do futebol de salão, quando já não podia jogar «com os rapazes».
Em 2019/2020 integrou o plantel sub-13 da Maceirinha, que encerrou a equipa no final dessa mesma época. Daí foi para Fátima, mas espera que não seja a sua última paragem. Mara Durão ambiciona «fazer disto uma carreira, jogar no Campeonato Nacional de Futebol Feminino».
«Eu pretendia chegar longe, mas vamos ver no que dá», diz a jovem, que é apoiante do Sporting Clube de Portugal – um clube com equipa na principal liga do futebol feminino português – e não descarta tentar lá chegar. Para isso, promete «muito trabalho e dedicação».
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