Duas décadas se passaram desde a primeira edição do Tok’Andar, uma iniciativa do Município de Porto de Mós, em conjunto com as associações e grupos de caminhadas do concelho, que há muito deixou de ter como focos únicos o incentivo à prática da atividade física e do convívio através da caminhada.
A primeira rota deste ano foi estreada, como habitualmente, no primeiro domingo do mês de março. Já a última teve lugar no passado dia 30 de junho e, pela data, encaixou como uma luva no programa das Festas de São Pedro. Pelo meio, foram ainda percorridos outros 24 trilhos, o que fez de 2024 o ano em que se celebrou o maior Tok’Andar de sempre.
Em termos práticos, estas 26 caminhadas pelas 10 freguesias do concelho de Porto de Mós traduzem-se em quase 300 quilómetros percorridos por três mil inscritos. Foram ainda distribuídos mil kits comemorativos alusivos aos 20 anos da iniciativa (cada um deles com um colete e uma garrafa de alumínio) e outros tantos passaportes do caminhante, onde cada caminhante podia registar as suas passagens. E apesar de não haver uma vertente competitiva, até aqui houve quem se destacasse. Cem destes três milhares conseguiram a proeza de carimbar todos os trilhos, realizando o pleno em termos de presenças. Como tal, à sua espera têm desde a derradeira etapa um prémio que deve ser levantado nas Piscinas Municipais durante o horário de funcionamento das instalações. Também quem fez cinco, 10 ou 15 caminhadas terá direito a levantar o seu.
Uma iniciativa com 20 anos de sucesso
«Em traços gerais e passados estes 20 anos, constatamos que em 2004 tínhamos cerca de 80 participantes, 40 quilómetros de percurso e quatro organizações. Desde então, tem sido uma evolução constante neste circuito de caminhadas que procura que as associações possam entrar num processo de dinamização de atividade de desporto para todos, oferecendo esta nova forma de para além de se ficar a conhecer o património natural», disse a’O Portomosense, em jeito de balanço, o vice-presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós e vereador com os pelouros de Desporto, Cultura, Turismo e Ambiente, Eduardo Amaral.
Também para o autarca, a vertente de convívio aliada à «parte gastronómica» acaba por ser um ponto-chave naquele que tem sido o sucesso do Tok’Andar. Por esta mesma razão, adiantou ainda, foram criadas caminhadas temáticas como «a Rota das Orquídeas, a Rota do Azeite, do pão ou do leite», enumerou.
2025 traz novo capítulo ao Tok’Andar
A edição do próximo ano está já a ser “cozinhada” e espera-se ainda maior adesão, quer de caminhantes, quer de associações ou grupos organizadores. O arranque está agendado para 2 de março e com novidades: «Temos vindo a alargar a possibilidade da entrada de novas organizações, que é o que queremos, no fundo. E vamos aumentar o número, por isso é que já temos caminhadas à sexta, sábado, domingos, feriados e à noite», adiantou Eduardo Amaral.
Quanto às rotas, muitas das organizações já “reservaram” as datas habituais, enquanto outras novas surgirão e darão continuidade evolutiva ao projeto: «Para o próximo ano temos algumas solicitações para, por exemplo, a observação de estrelas, para criar novas dinâmicas diferenciadoras dentro da estrutura do Tok’Andar. Se numa primeira fase a perspetiva era a saúde e a caminhada, passou para uma segunda fase de cultura e património cultural e natural, que queremos manter sempre. Quem vem não pode vir só para caminhar, as pessoas têm que levar com elas a história do concelho e da localidade onde a caminhada se desenvolve. Agora começamos com a diversidade de ofertas para segmentos diferenciadores», rematou.
Foto | Luís Vieira Cruz