No passado dia 20 de julho, um incêndio na zona da Anaia, à entrada da vila de Porto de Mós, mobilizou 75 operacionais e 21 viaturas afetos às corporações de bombeiros Porto de Mós, Mira de Aire, Juncal, Batalha, Maceira, Alcobaça, Marinha Grande, Benedita, Nazaré, Sapadores Bombeiros de Leiria e ainda o helicóptero do Centro de Meios Aéreos de Alcaria. Este foi assim «o maior incêndio até agora em área florestal » em Porto de Mós, segundo o comandante dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós, Elísio Pereira. «Foi o que envolveu mais meios, sem dúvida, foi o maior e esperamos que seja o único a existir em 2023», sublinha o comandante. Ardeu uma área total de 9.6 hectares em «mato, pinhal e eucaliptal» e não houve habitações em risco.
O combate às chamas esteve «sempre controlado», até porque, frisa Elísio Pereira, este era um incêndio «sem grande complexidade». A única dificuldade, impossível de contornar, foi o acesso ao incêndio que era «feito por um único local, a ponte do Rio Cavaleiro». «É uma ponte romana e não podíamos passar com veículos de maior peso, pela dificuldade em transitar e pelo risco de estarmos a colocar demasiado peso naquela estrutura», explica. Assim, o «abastecimento de água foi feito num ou dois locais distantes e os carros tinham que sair para abastecer». Elísio Pereira voltou no entanto a salientar que este não foi um incêndio «com dificuldade acrescida». «Nós temos experiência a nível de gestão e planeamento e sabemos onde devemos incidir as nossas ações primeiramente, tendo em conta a evolução do incêndio», ressalva o comandante.
Apesar de sempre controlado, serviu de grande susto à população. «Porto de Mós [vila] não está habituada a este tipo de situação e o fumo criou muito stress nas pessoas, as chamadas para o 112 foram muitas por causa do pânico», relatou Elísio Pereira. O comandante acredita que se este incêndio «fosse na zona serrana, onde a população está habituada a conviver com fogo, já não criava este stress».
Instigado sobre como devem as pessoas reagir em caso de incêndio, Elísio Pereira diz que há duas ações fundamentais. «Primeiro, é o alerta para os bombeiros ou 112, quanto mais rápido se chegar, mais rápido se consegue debelar as situações», começa por referir. Depois, é essencial que as pessoas não façam «turismo para ir ver o que se está a passar»: «Não devem estorvar a atividade das forças envolvidas, essa movimentação pode prejudicar a movimentação dos meios no terreno».
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