É natural do Juncal, tem 40 anos, chama-se Rui Ruivo e foi ordenado sacerdote no passado dia 19, na Sé Catedral de Leiria, pelo Bispo de Leiria-Fátima. Cardeal D. António Marto.
Em declarações a O Portomosense, o novo sacerdote depois de questionado como e quando surgiu a vontade de ser padre, explica que «na vocação, a nossa vontade tem de estar sempre presente, é a liberdade que cada um tem de responder, liberdade de filhos de Deus». Adianta contudo, que «desde novo, mais ou menos 12 anos, que senti o chamamento de Deus para uma vida sacerdotal», no entanto com receios e medos da adolescência, foi adiando a decisão.
Rui Ruivo afirma, no entanto que foi a pergunta pela felicidade que o fez avançar e conta: «Esta pergunta surge bem vincada no dia em que fiz 32 anos, estava no Monte das Bem-aventuranças em Israel», foi então que «surgiu a vontade de querer responder ao Senhor e a vontade de sonhar para a minha vida aquilo que Deus sonhou para mim».
Quanto a considerar-se «uma vocação tardia», o padre refere que se a vocação é Deus que chama e o Homem responde, «então a minha vocação não é tardia, porque Deus chamou-me logo desde o meu Batismo, como seu filho e eu, ainda que de maneira incipiente, nunca deixei de lhe responder», pois sempre esteve ligado à paróquia do Juncal, na catequese, com os jovens e na liturgia.
Depois de referir que não se pode considerar uma vocação «só no momento da entrada no seminário», o presbítero enfatiza que acabado agora de ser ordenado sacerdote, «a vocação continua, pois ela não é um prémio, e portanto não termina com a ordenação, sendo um dom de Deus para colocar ao serviço das comunidades, do povo de Deus».
À questão como é ser padre nos dias de hoje, Rui Ruivo responde que não sabe bem o que é «porque ainda estou pintado de fresco», no entanto sabe que «é uma missão difícil, exigente, mas também pode e deve ser muito bela», porque hoje é pedido que o padre seja próximo, que escute, que compreenda, por isso «eu espero cumprir com o mandato do Senhor Jesus: “Ide por todo o mundo anunciai o Evangelho…”. Quero fazer isto de uma forma próxima e alegre e que seja fiel ao Evangelho, que eu saiba levar sempre o rosto de amor de Jesus».
O padre Rui Ruivo, porque gosta de teatro e gosta de ser visto nesses moldes, considera-se «um ator de Cristo», porque O representa na terra «e isso dá-me muita responsabilidade», uma vez que nestes primeiros dias após a ordenação «é tudo belo», no entanto sabe que «não vai ser sempre assim, que muitas vezes as pessoas não compreenderão o padre Rui».
Rui Ruivo é o mais novo de três filhos e «foi sempre estimulado a viver a fé de uma forma comunitária». Estudou no ensino superior em Lisboa licenciando-se em gestão de empresas, após o que trabalhou numa empresa como Contabilista Certificado (antigo Técnico Oficial de Contas). Por gostar muito de teatro frequentou um curso de formação de teatro.
DIOCESE LEIRIA-FÁTIMA | foto