Vera Soares, residente no Arrimal, é a nova presidente da direção da União dos Agricultores do distrito de Leiria (UADL), após as eleições antecipadas que ocorreram no passado dia 10 de janeiro, motivadas pela demissão de três elementos da direção anterior e pela consequente “queda” da mesma. Na base do conflito estão algumas altercações com o antigo presidente, José Alberto Machado, sobre os quais Vera Soares, que ocupava o cargo de vice-presidente no anterior mandato, prefere não falar. Segundo a presidente, os três elementos demissionários estão agora na nova direção da UADL, que é composta por Sónia Santos como vice-presidente, Manuel Marques como secretário, Joaquim Rosário como tesoureiro e Hilário de Oliveira como vogal. António Ferraria continua no cargo de presidente da mesa da assembleia geral.
Como objetivos para o próximo mandato, Vera Soares define como prioridade «ajudar os agricultores e a agricultura familiar» e «criar condições» para evitar que se desista «tanto da criação de gado como da própria agricultura», algo que a presidente acredita estar a acontecer «cada vez mais»: «Nós, acima de tudo, queremos mesmo ajudar a agricultura familiar para que não caia também, para que não deixe de existir, porque é muito complicado. Digamos que está tudo contra, são os preços de adubos e rações, é o ataque constante dos javalis, e nós estamos a tentar organizar formas de combater isso tudo», explica.
Para o efeito, a presidente da UADL apresentou alguns exemplos: «Criar protocolos com empresas de adubos e rações», para conseguirem melhores preços para os pequenos agricultores, e adaptar os apoios governamentais «à necessidade também dos pequenos agricultores e não só dos grandes». A presidente reclama que «todos os anos há vários projetos para a agricultura, só que se esquecem de um pormenor: esses projetos são para os grandes agricultores, não para os pequenos agricultores, porque, por exemplo, um projeto de 30 mil euros tem que ter algum fundo de manejo, um exemplo, 20 mil euros. Mas eles [os pequenos agricultores] não o têm, por isso eles nunca conseguem fazer projetos». A UADL está ainda «a criar um protocolo com a Confederação Nacional da Agricultura» para «conseguirmos ir mesmo [falar] diretamente com os agricultores, ajudá-los no apoio dos projetos, da agricultura, do gado, para que a intervenção seja mais curta, não tenha tantos intervenientes no meio».
Ministra da Agricultura debate problemas do setor com UADL
Estas e outras medidas vão ser apresentadas à Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, este domingo, dia 5 de fevereiro, a partir das 14h30, num encontro que terá lugar no Pavilhão de São Silvestre, na freguesia de Serro Ventoso. Em cima da mesa vão estar os desafios da pequena e média agricultura, que se tem vindo a deparar com constrangimentos vários, elencados em nota de imprensa pela direção da UADL: os «altos custos dos fatores de produção» e os «preços baixos» a que são obrigados a vender os produtos; «a desertificação do Mundo Rural» e o problema dos javalis no concelho, que, dizem, «destroem a produção» sem que sejam os agricultores ressarcidos pelas perdas. O aumento da produção agrícola e a melhoria das condições de vida foram outros dos pontos mencionados pela UADL, que convida todos os agricultores interessados a participarem.
Revisão | Catarina Correia Martins