Escrevo hoje o meu primeiro editorial como diretora d’O Portomosense e começo, desde já, por agradecer-lhe a si, leitor e assinante, que há tanto tempo nos acompanha, e que de há uma mão cheia de anos para cá lê também os meus artigos. Isidro Bento esteve durante duas décadas à frente deste jornal, dirigindo a equipa, orientando e escolhendo os conteúdos que chegavam até si. A partir desta edição a sua função é a de jornalista desta casa, mantendo a sua missão, de bem servir Porto de Mós e os portomosenses com informação fidedigna, correta e de interesse público.
Além da clivagem natural quando uma pessoa, com personalidade e pensamento diferentes, toma o lugar que era ocupado por outra, este será um projeto de continuidade, sem fratura da História e daquilo que sempre foi O Portomosense. As mudanças vão existir, são necessárias, rejuvenescem e trazem novos olhares sobre o já visto, mas para si, leitor atento, vão chegar aos poucos. Para os mais desatentos podem até passar despercebidas, porque vão ser graduais. Há novos espaços pensados, novas ideias em movimento e decisões que vão sendo tomadas, mas nada será implementado de uma só vez, não só porque a dinâmica de uma equipa não se muda de um dia para o outro e porque não somos robôs, mas também porque queremos manter a identidade do jornal.
A Cincup, proprietária do jornal O Portomosense e da Rádio Dom Fuas, é feita de pessoas e é assim que queremos que continue, das pessoas que todos os dias se esforçam por levar aos seus ouvintes e leitores a informação mais correta e pertinente; das pessoas que preparam a programação e o entretenimento da rádio; de quem, por força da venda de publicidade, garante a maior parte do sustento da casa; da pessoa que, todos os dias, dá a cara na secretaria e, quinzenalmente, na distribuição de jornais, sendo um dos elos de ligação mais fortes com o exterior; dos elementos dos vários órgãos sociais que se esforçam por manter esta cooperativa “de pé”; e também das pessoas que estão desse lado, a ouvir-nos e a ler-nos, quer no papel, quer no online. Se são importantes os que produzem conteúdo, são também fundamentais os que o consomem, é para estes que trabalhamos todos os dias, com afinco e honestidade.
Os valores-notícia são o meu norte e o norte de toda a equipa. Fiéis às ideias que João Matias, o primeiro diretor, tinha para O Portomosense, mas adaptando-as àquilo que é a realidade 39 anos depois, estamos abertos a todas as suas críticas e sugestões. Sabemos que não agradamos a “gregos e troianos”, não é possível, embora fosse espetacular se o conseguíssemos, mas é a discordância sobre os assuntos que gera a discussão e leva ao crescimento. Por isso, sempre que achar que estivemos menos bem, diga-nos, por e-mail, por telefone, presencialmente, faça-nos chegar as suas críticas construtivas para que, da próxima, façamos melhor. Mais, se houver notícias na sua terra a que não demos destaque, diga-nos também. Apesar de termos uma excelente equipa, não conseguimos estar em todo o lado ao mesmo tempo e, se a informação não chegar até nós, por vezes, não temos capacidade de saber dela. Temos todo o gosto em palmilhar o concelho nas páginas do nosso jornal, por isso não pense que não noticiámos porque não quisemos ou porque temos algum tipo de implicância. Não há temas nem lugares melhores do que outros, por isso, o que queremos é ser o mais abrangentes possível. Se faz parte de uma associação ou instituição, envie-nos uma mensagem ou um e-mail sempre que pensam organizar um evento, sempre que têm novas valências ou que alcançam algum marco ou objetivo relevante, tanto quanto possível, acompanharemos e trabalharemos em conjunto. Tal como disse Pedro Santiago, em entrevista a este jornal, estamos a escrever a História de Porto de Mós, a deixá-la para a posteridade nestas páginas, seja também parte disso, quer com pequenas colaborações – textos de opinião, cartas ao diretor, fotografias, pequenos artigos –, quer apenas com o telefonema que nos diz que está a acontecer uma coisa bonita na sua terra e que todo o concelho merece saber disso.
Obrigada por estar desse lado, contamos consigo para nos ajudar a cumprir esta tão nobre missão.