O Cine-Teatro de Porto de Mós acolheu, a 9 de dezembro, o lançamento do livro de Manuela de Castro intitulado “O Menino que não sabia sorrir”. Com o apoio da Câmara Municipal, nomeadamente do pelouro da Cultura e também com os patrocínios de um banco e várias empresas locais a autora conseguiu “dar asas a este projeto”.
A apresentação “superou as expectativas” de Manuela de Castro que até agora está “muito feliz pelo feedback que tem tido” disse a autora a O Portomosense. A obra, que já estava “escrita desde 2014” e que até já tinha obtido a 2.ª classificação no concurso “Novos Talentos da Literatura Portuguesa Endoença Martins”, no Brasil, surge apenas agora, pela dificuldade de suportar “os valores” dos orçamentos propostos pelas editoras, superados pelo “imprescindível apoio” da Câmara e a “simpatia dos patrocinadores” já mencionados, explica.
A apresentação do livro foi feita por Miguel Leitão, jovem natural do concelho, que Manuela considerou “um jovem com excelente apresentação, animador, com experiência, muito dinâmico, com muito sentido de humor”, ideal para este tipo apresentações. A autora acredita ainda que o facto de “ser conhecido no meio televisivo, nomeadamente TVI, também foi uma mais-valia” nesta apresentação.
Também fez parte do lançamento do livro uma componente teatral assegurada pelo Grupo de Teatro Olaré de Serro Ventoso e uma atuação do guitarrista Paulo Sanches. A autora apostou nesta representação na tentativa de “enriquecer o momento e incentivar os pais a levar as crianças” e “não entediar o público apenas com discursos”.
O livro infanto-juvenil, para um público a partir dos 7 anos de idade, é uma viagem que “leva o leitor até África dando a conhecer situação geográfica, clima, cultura, hábitos e costumes tradicionais guineenses” e tem, na opinião da escritora, uma “mensagem didática” não só para os pequenos, como também para os adultos. A obra e o título refletem uma vivência de Manuela de Castro por ter conhecido, durante a sua adolescência, uma criança que a “surpreendeu pelo facto de nunca a ter visto sorrir”.
Manuela de Castro nasceu na Figueira da Foz, mas viveu, quase toda a sua infância e adolescência em África, mais precisamente na Guiné-Bissau. Viver em África traz-lhe, ainda hoje, uma “infinita saudade” desde “a liberdade no vestir, os inesquecíveis banhos de chuva, a música, o povo, as amizades…” são memórias presentes na vida da autora e presentes também neste livro. O gosto pela escrita cresceu desde tenra idade e há uns anos estendeu-se à poesia, com a qual, pretende “editar um livro”.
A escritora tem já outra história infantil escrita para crianças a partir dos quatro anos e que promete “tocar no coração de crianças e adultos”. Mas, o objetivo agora é “chegar aos 500 exemplares vendidos” para que depois possa “dar asas a mais um sonho”.
JÉSSICA SÁ | texto